terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sobre o centro da cidade

Hoje fui ao centro da cidade. O trânsito estava normal e não demorei mais do que vinte minutos até a Praça da Estação, de onde comecei a circular a pé por ruas cheias de todo tipo de pessoas. Há coisas que só conseguimos resolver no centro e nessa hora não dá para fugir de certos problemas normais num grande centro urbano.
A Praça da Estação na verdade chama-se  Praça Rui Barbosa, mas desde os primeiros tempos da cidade passou a ser chamada assim pela população. O motivo é a existência da estação central da antiga rede ferroviária. O prédio centenário que hoje  abriga um museu, ainda conserva seu estilo original. 
A praça é ampla e bonita, seus jardins e fontes são cercados de cuidados. O que desanima é a sua localização, acompanhada de um grande número de frequentadores que aqui não me atrevo a definí-los. Mas todos que vem da zona leste da cidade e querem seguir na direção central, não tem outro caminho mais fácil do que atravessar esses jardins.
Enquanto aguardava o sinal verde   para atravessar a rua da Bahia, olhei para a calçada do outro lado e vi uma placa com os seguintes dizeres " Restaurante Rei do Tropeiro". nunca tinha observado essa placa, bem mineira, que faria mais sucesso numa cidade histórica. Atravessei a rua e depois a rua dos Caetés. Adentrei a avenida Amazonas e subi a ladeira observando as palmeiras imperiais cheias de frutos.
Cheguei rápido a minha primeira parada e em poucos minutos solucionei a questão. Segui para o meu segundo destino. Ah! Nesse já entrei sabendo que poderia demorar horas. Tratava-se do pior atendimento bancário nacional. 
Dito e feito. Após quase duas horas saí e segui em direção a rua Rio de Janeiro, passei em frente a Pastelândia, cheia como sempre. Com o movimento que há no centro, a histórica venda de pastéis ainda é um bom negócio. Lembro-me desses pastéis no meu tempo de criança. A moda aqui é comer pastéis e beber caldo de cana.
Não parei para comê-los. Segui a rio de Janeiro em plena Praça Sete, no coração da cidade. Ali havia dezenas de idosos jogando dama e xadrez. É um velho ponto de encontro desses jogadores. Pura tradição! Adentrei a avenida Afonso Pena. Com o movimento lento das pessoas pelos passeios, fiquei calma e procurei tirar algum proveito observando o que havia a mais ou a menos nos quarteirões por onde passei. Digo isso, porque no centro é assim: hoje abrem uma loja e amanhã você volta e ela já pode estar fechada. O comércio está em decadência, não sei se pela falta de dinheiro ou pelo sucesso dos shoppings.
Passei na porta do Café Nice, o mais antigo de Belo Horizonte. O cheiro do café era tão bom que quase entrei para tomar um cafezinho, mas fiquei envergonhada porque olhei lá para dentro e só vi homens velhos. Aliás, é o que mais se vê naquele lugar. E não são só pessoas comuns. o lugar é frequentado por artistas, políticos, empresários.
Andei um pouco mais e logo avistei a igreja de São José, inaugurada em 1904 pelos padre redentoristas holandeses. De frente para a igreja está o edificio Acaiaca, o mais antigo da área central. Mais um quarteirão e parei em um ponto de ônibus em frente ao edificio Sulamerica, também bastante antigo. Olhei para a galeria do prédio e avistei ao longe o centenário viaduto Santa Tereza, por onde em alguns minutos haveria de passar rumo ao meu doce lar.

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