domingo, 8 de agosto de 2010

Pior do que procurar, é procurar e não encontrar

Estou desapontada com uma busca sem resultados que me custou umas duas horas diante da tela do computador. Imagine que resolvi me informar mais sobre um lugarejo que há alguns anos um vereador do município de Alvorada de Minas, me disse existir perto do núcleo urbano da cidade e que seria o local de nascimento de meu pai, que alí teria vivido até a adolescência.
Sei que seria bem mais fácil perguntá-lo, mas meu pai não gosta de falar do seu passado e isso me deixa frustada porque a mamãe conta tudo e mais alguma coisa sobre a vida dela. Sei tanto da família de minha mãe, do lugar onde ela viveu, dos casos vividos por seus ancestrais, que até pareço uma espécie de guardiã da memoria.
Apesar de sermos pobres, minhas tias sempre que acham algo antigo e de valor afetivo para a família, me entregam para guardar. Isso, fora as coisas que eu mesma elejo como importantes e resolvo colocar num cantinho.
Mas voltando no assunto da busca, nada encontrei sobre o lugar. Acreditem, em pleno século XXI, nenhum site que fala sobre a existência do município possui endereço de contato. Fico pensando em como pode uma prefeitura e uma câmara municipal funcionar sem contatos na rede. Agora até entendo o que vivenciei há uns vinte anos atrás quando visitei pela única vez aquela cidade.
Na ocasião, pegamos o ônibus por volta das sete da manhã em Belo Horizonte para a cidade do Serro, onde cheguemos por volta das treze horas. Passamos a tarde visitando igrejas e comprando queijos, pois o ônibus para Alvorada de Minas somente sairia dezenove horas.
Embarcamos sem atraso, mas umas duas quadras o local de embarque o veículo estragou. Mandaram chamar o mecânico. O homem disse que não poderia fazer o conserto porque estava na hora do jantar dele e depois teria que repousar, pois não trabalhava de barriga cheia.
Ali ficamos todos esperando por cerca de duas horas. Quando o mecânico aparece, calmamente começa a retirar os parafusos do piso, retirando peças e por aí foi ... Uns quarenta minutos depois, o conserto estava pronto e iniciamos viagem que duraria em torno de uma hora e meia.
Nesse momento muitos dormiam e outros já haviam se embriagado com cachaça. Disseram-me que lá todos bebem muito, até em serviço. Lógico que duvidei, mas quando me lembro do balanço daquele ônibus, fico em dúvida.
Chegamos inteiros na pequena cidade. No primeiro instante, me chamou a atenção os cavalos amarrados de frente ao bar onde foi o ponto final da viagem. Dias depois fiquei sabendo que era a gente da roça que vinha beber na cidade, que ali no bar havia dança todas as noites e que os cavalos já sabiam até o caminho de volta para casa de tanto levarem seus proprietários embriagados.
Bom, naquela ocasião achei o lugar muito atrasado, fiquei horrorizada de saber que um vereador recebia um salário mínimo por mês, que para telefonar para casa tive que recorrer ao único telefone da cidade, num posto da companhia telefônica que ficava na rua principal. Voltei pensando na sorte que tiveram os que se aventuraram a viver em outro lugar.

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