sábado, 7 de agosto de 2010

Há gente em toda parte

Hoje tive que fazer uma coisa que já não me dá tanto prazer como antigamente: ir ao shopping. Acontece que por ser véspera do dia dos pais, tornou-se inevitável recorrer ao hábito de comprar presentes. Minha prole queria presente para o pai, e eu apesar de não ter comprado um para o meu velho, confesso que pensei na possibilidade. fui barrada pela multidão de pessoas que andavam, ou melhor, eram levadas umas pelas outras nos corredores e nos interiores das lojas. Tratei logo de resolver o problema da criança e voltamos para casa.
Não sei porque as pessoas vão em grupos ao shopping numa data que todos sabem da enorme movimentação. Vestem-se com suas roupas de ir a missa, lotam os ônibus e o metrô, passam horas olhando vitrines, bebendo água e tomando o sorvete em promoção. Os que tem dinheiro para gastar nem lá aparecem.
Fiquei horrorizada com a coragem de uma mulher, aparentemente jovem e pobre, a corajosa estava acompanhada de três meninos com idades entre quatro e um ano e meio no máximo, fazendo malabarismo em meio ao povo para não perdê-los. Como ela só tem duas mãos, segura os menores e o outro agarrava-se na sua roupa. Para completar, a barriga dela já aparenta uns cinco ou seis meses de gravidez. E há quem pense que apenas nossas avós tinham muitos filhos porque faltava TV para assistir ...
Outra coisa que me chamou a atenção é a falta de educação dos motoristas, que sabendo não haver espaço para estacionar, param seus carros no passeio, outros não respeitam a velocidade e nem a faixa de pedestre nas ruas do pátio do shopping.
O comércio ambulante em torno dos pontos de ônibus está cada vez maior. Vi churrasquinho, picolé, cd's pirata, água, refrigerante e lanches variados.
Como não há mais as filas de passageiros para entrarem nos ônibus, coisa que desde o final da década de 80 desapareceu aos poucos, todos ficam de olhos abertos e ao menor sinal da aproximação da linha esperada, começa a aglomeração e o corre-corre. É um exercício de paciência.
Lembro-me de quando a gente chegava no ponto e obedecíamos a fila indiana. No centro, cada linha de ônibus tinha um ponto final, onde o carro ficava parado alguns minutos e os passageiros entravam calmamente pela porta de trás e quando todos os bancos estavam ocupados, quem quisesse viajar em pé podia passar na frente e entrar, os demais continuavam na fila esperando outro carro chegar. E assim, havia respeito e organização.

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