Como escreveu um poeta e cantaram as mais belas vozes, é hora de fazer uma PRECE AO VENTO :
" Vento que balança as folhas do coqueiro,
vento que encrespa as ondas do mar,
vento que assanha os cabelos da morena,
trás noticias de lá.
Vento que assobia no telhado,
chamando a lua pra espiar,
vento que na beira lá da praia,
escutava meu amor a cantar.
hoje estou sozinho e tu também,
triste e lembrando do meu bem.
Vento diga por favor,
a onde se escondeu o meu amor."
Agosto é por nós conhecido como o mês dos ventos e do desgosto. Como sou positiva, prefiro falar dos ventos e nem preciso ir muito longe para sentír seu sopro frio agredindo minha pele. Basta chegar na janela, ou simplesmente olhar a paisagem através da vidraça.
Como na poesia que citei, o vento agora balança as folhas de um coqueiro que existe no quintal do vizinho. É um coqueiro conhecido aqui em Minas Gerais pelo nome de "licuri'. A espécie dá um cacho de pequenos frutos que quando amadurecem ficam bem alaranjados e são docinhos. Muito apreciado pelos pássaros, atrai periquitos e maritacas que alegram nossas manhãs.
Agosto é um mês traiçoeiro para a saúde, pois o dia varia entre horas de calor e frio, tornando-se muito fácil adquirir uma friagem que resulta em resfriado, gripe e como diziam os antigos, até uma tísica.
Os ventos dessa época levantam muita poeira, mesmo em lugares asfaltados ela fica bastante visível e dá muito trabalho quando o assunto é limpeza das casas.
Nos bairros periféricos, sem ruas calçadas, nada escapa da poeira. Dá até pena de ver as pessoas afundando os pés na terra solta . Se a poeira for em lugar onde a cor da terra é vermelha, então ...
Certa vez, acompanhei minha tia Maria até a casa de uns parentes no interior. Era final de julho e a poeira já estava alta. Fiquei impressionada de ver as folhas das árvores naquele caminho de estrada de terra. Estavam pesadas de tanta poeira. Quando passavam os carros ou o vento chegava, ninguém enxergava um palmo a frente do rosto.
O que nessa viagem mais me chamou a atenção, foi o nosso retorno. Como a casa onde estávamos hospedadas era longe da cidade, resolvemos pegar o ônibus que vinha da cidade do Rio Vermelho para Belo Horizonte, numa parada chamada no lugar de " parada do Mato Grosso".
Debaixo de um sol já bastante quente ficamos por um bom tempo esperando. quando de repente em meio a uma nuvem de poeira vermelha surge o õnibus. Do lado de fora não se via nada lá dentro, apenas umas cabeças empoeiradas olhando quem iria entrar.
Do lado de dentro tudo era poeira. Em marcha lenta não havia como entrar o vento da velocidade, mas o vento de agosto, pois já era início do mês, fazia a festa!!!
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