quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Minha paixão por Ouro Preto

Esses telhados ficam lindos num dia de Sol após
                                           uma noite de chuva.
Ouro Preto e as montanhas de Minas, é tudo de bom!!!
 Ladeira em pedra-sabão, haja equilíbrio!

Hoje senti saudades de andar pelas ruas de Ouro Preto. Esse ano está atípico porque ainda não tirei um tempo para ir até lá. Desde que fui pela primeira, ainda adolescente, me apaixonei pelo lugar e todos os anos vou a passeio e em muitos deles mais de uma vez. Estando lá parece que me transporto para a terra da felicidade. Não que além do casario colonial exista ali um mundo diferente do que vivemos em outras partes. Mas alguma coisa ali me encanta, me atrai e me faz sentir feliz.
É interessante observar que a cada visita feita aos mesmos lugares descobre-se algo diferente,  fora aquilo que da vez passada ficou por visitar. É para mim um dos maiores símbolos da nossa historia. 
O povoamento da cidade iniciou-se no século XVIII, quando o ouro e sua abundância atraíram milhares de pessoas de todos os lugares. Segundo estudiosos, em Vila Rica, antigo nome da cidade, houve momentos em que chegou-se a ter mais habitantes do que na cidade de Paris.
Gosto de me assentar num canto e ficar olhando os becos e ruas, casarões e igrejas centenárias e me perco imaginando como deveria ser a vida das pessoas ali antigamente. Me encanta também as obras de arte barroca. Quantos detalhes pelas mãos de pessoas do povo, escravos que deram o sangue para enriquecer seus senhores.
Na primeira vez que ouvi uma explicação sobre a arte no interior de uma igreja daquelas, fiquei sabendo de um história que me deixou bastante tempo admirada com a coragem das pessoas antigas. Foi dito que o piso da igreja era formado por grandes retângulos de madeira, com fechadura e uma numeração porque ali na verdade existiam túmulos onde se enterravam os mortos pertencentes a irmandade religiosa que construiu a igreja. E que isso era regra no século XVIII, e nas outras igrejas também era assim. É estranho pensar nas pessoas assistindo a missa por cima dos túmulos. Fora o cheiro forte que deveria ficar no ambiente.
Dizem também que quanto mais perto do altar-mor fosse o túmulo, acreditava-se que mais perto de Deus estaria a alma do morto. Por isso, os mais ricos sempre compravam os túmulos mais a frente.
Os moradores de Ouro Preto ainda conservam muitas tradições do século XVIII, como os rituais da Semana Santa com longas procissões e tapetes artísticos confeccionados no piso das  ruas por onde elas irão passar.
Muitos dizem que não gostam do lugar porque em toda parte há cheiro de mofo, que sou  boba de gostar de ir para lá com tanto lugar mais bonito por aí. Eu começo a rir e digo que deve ser  o cheiro de mofo o aroma  que me seduz e me transporta para lá.    

2 comentários:

  1. Pois eu adoro o cheiro de mofo da História !!!

    Gosto muito de Ouro Preto, mas tenho que confessar que minha paixão é Tiradentes. Foi amor à primeira vista, em 1978, e esse amor continua aumentando. A cada visita, novas belezas são descobertas, outros cheiros, outras emoções.

    Beijo

    ResponderExcluir
  2. Flora!
    Realmente Tiradentes é apaixonante !!! O chafariz de São José para mim é o mais charmoso das cidades coloniais mineiras. Abraços.

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante para mim. Seja benvindo e volte sempre!