Da janela da sala consigo visualizar um pouco do resta da Serra do Curral. Bem menos do que eu avistava quando vim morar aqui. E menos ainda do que conseguia ver quando era adolescente.
Lembro-me de uma paisagem bem esverdeada, sem casas, sem trilhas, encontrando-se apenas com o céu. Era um tempo diferente esse. Nós podíamos observar a paisagem de tudo que havia aqui na região em direção a serra. É que não havia prédios, eles simplesmente tamparam a nossa visão. Hoje é difícil ver a serra mesmo tão acabada como está, por causa dos edifícios construidos nas últimas décadas.
Nos anos 80, a moda aqui em BH era uma campanha pela preservação da Serra do Curral, mas de nada adiantou. Os novos bairros que surgiram com a inauguração do BH shopping, e a ganancia das mineradoras, destruiram a nossa mais valiosa beleza natural.
Cada vez que passo pelas imediações do Belvedere, fico assustada com a rapidez com que se deu a urbanização milionária naquele lugar. Se a Comissão organizadora da construção da capital estivesse vendo o futuro do lugar que escolheram para construir a Capital de Minas Gerias, ficariam alarmados.
Hoje, quando caminhei na pista da José Cândido, decidii que vou tirar umas fotos da serra, porque de lá ainda temos uma visão um pouco melhor. Sei que do jeito em que caminha as coisas, meus netos talvez não veram esse espaço em extinção na cidade.
A pista de caminhada recebeu nos últimos dias uma caprichada da prefeitura. Cotaram o gramado e podaram as árvores, além de arrumar o piso. Como lá tem muitas árvores é bom para a gente perceber melhor o espaço. Notei que há mangas verdes crescendo e alguns ipês floridos. Lá tem ainda pés de jambo, pau-doce, angá, pitanga, coco e outras.
Todos os dias centenas de pessoas caminham por lá. É também caminho para pedestres e estudantes das escolas públicas da região. A única coisa que não gosto é dos ciclistas atrevidos que em meio a todos os pedestres passam com suas bicicletas correndo e com perigo de atropelar alguém.
Como vivemos num país onde os indiciplinados fazem quase sempre o que querem, sem punição, temos que aturá-los, pois não há fiscalização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para mim. Seja benvindo e volte sempre!