segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Placa de inauguração




O chafariz que se apóia na parede que sustenta a escadaria do prédio que hoje abriga o Museu da inconfidência em Ouro Preto ( outrora prédio da casa de Câmara e Cadeia ) já não desempenha o papel de abastecer d'água os moradores e viajantes que dele se valiam. Está lá... Para não dizer abandonado ou esquecido, prefiro acreditar que servindo de peça decorativa para aquele museu a céu aberto que é a Praça Tiradentes. Não jorra mais água.
Ao visitante mais atento, não será difícil perceber a placa oval que informa com todo o rigor , dados relevantes sobre a sua existência: nascido no 2º Império, em homenagem ao imperador, e não fugindo às regras políticas, destacando o nome do seu benfeitor...
Fico pensando que, as placas de inauguração deveriam ter a função exclusiva de eternizar a data da construção e os executores da obra, mas infelizmente há muito vêem servindo de fonte de promoção para políticos, mesmo que na história sejam lembrados apenas quando alguém lê o nome numa placa por simples curiosidade e, segundos depois se esquece...


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval em Diamantina

  (Foto: Eugenio Moraes/HOJE EM  DIA)  encontrada AQUI  
Um Carnaval com tradição, animação e fama até do outro lado do Atlântico. 
Sem dúvida, a folia fica mais animada se estamos num espaço aconchegante e cheio de memórias. A histórica Diamantina  de fato só faz conservar sua vocação musical, dançante, nascida ainda no tempo do Império. 
Em seu livro " Minha vida de Menina ", que já comentei AQUI, a adolescente Helena Morley, que escreveu sobre o Carnaval em Diamantina no ano de 1895, afirma: "... Penso que o Carnaval é sempre o mesmo, mas todo ano eu acho aquele melhor do que o outro.
O que deu maior animação ao Carnaval este ano foi a presença de Seu Luís de Resende. Ele trouxe do Rio muita fantasia e enfeites bonitos que nunca tivemos aqui.
Quando passa o Carnaval, fico achando muito grosseiro o nosso brinquedo, pensando na sorte que a gente tem de não se machucar muito, e faço tenção de me corrigir. No ano seguinte sou das mais influentes e repito a mesma coisa.
Poderá haver nada mais estupido do que jogar um homem vestido no tanque do chafariz? Deve ser horrível porque eles se machucam e as roupas encolhem. Por isso é que sempre saem brigas.
Precisamos deixar brinquedos tão grosseiros. O limão de entrudo já é bem divertido e não devemos passar dele, a não ser para coisa mais civilizada. Só me aborreço no Carnaval à noite, quando as primas todas vão ver o baile no teatro e eu não vou. Não sei quando chegará o dia de mamãe e meu pai consentirem que eu vá ao baile de máscaras."
Apesar da multidão na foto acima, os noticiários apontam uma queda no número de foliões em Diamantina nesse Carnaval.
Talvez a redução em 2013 se deve ao fato do desajuste nos preços dos hotéis, bares e restaurantes da cidade, que há muito praticam um preço exorbitante nos períodos de maior procura pelo turismo na cidade, principalmente no Carnaval. Há de se pensar numa nova postura urgente pelo poder público local junto aos empresários do setor de turismo, pois, passar o Carnaval em Diamantina hoje, é mais caro do que ir para Salvador, Rio de Janeiro e outros mega espaços consagrados. Para o mineiro pobre torna-se torna-se quase impraticável, para a classe média uma despesa a ser evitada e para os que tem dinheiro os interesses acabam em outros destinos. Portanto, entendo que é grande o risco do esvaziamento nos próximos carnavais, o que para os moradores nem sempre é de tudo ruim...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cenas cotidianas

Mural de cimento construído e exposto na parede de um dos prédios em Inhotim,  Brumadinho-MG.
Saiba sobre Inhotim clicando Aqui

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Rua Direita

Rua Direita na cidade de Santa Luzia-MG. Vista de alguns sobrados  dos séculos XVIII e XIX que resistiram ao tempo e à falta de investimentos na preservação. Ao fundo a igreja de N S do Rosário.
Qual o verdadeiro significado da palavra "Direita" quando usada para dar nome às ruas durante o Brasil colônia?
Pergunta um tanto quanto difícil de responder. Procurei informações em livros, na internet e com pessoas entendidas nessas antiguidades. Nenhuma resposta me convenceu, mas todas tem fundamento.Do que não deletei sobre a pesquisa que fiz, arrisco a opinar que acima de qualquer significado para o nome, essas ruas estavam presentes em todos as vilas e cidades até o século XIX, o que nos leva a crer na necessidade de reafirmação constante do que nelas havia e na importância de se ter esse espaço no contexto urbano.Alguns afirmam que a origem do nome está no fato dessas ruas serem totalmente planas e planejadas. Concordar com tal colocação é arriscado, tendo em vista que algumas delas são mais ingrimes e tortuosas do que outras que receberam outros nomes.Aqui em Minas, a maioria levava direto aos símbolos do poder colonizador: câmara, cadeia e pelourinho e não raramente à igreja matriz.Do pouco que analisei, posso afirmar que nessas ruas, em cada vila ou cidade, habitavam pessoas abastadas e funcionava um prospero comércio. Uma rua que segregava? Tal como relata Helena Morley em seu livro " Minha Vida de Menina", onde ela descreve sobre o privilégio de se morar na rua Direita em Diamantina no século XIX.Atualmente algumas ruas "Direita" mudaram de nome, como em Sabará, onde passou a se chamar rua Dom Pedro II e, em Ouro Preto Rua do Ouvidor. Estou convencida de que era a rua mais importante dos centros urbanos coloniais no Brasil.E você, conhece a  rua Direita na cidade onde mora?