quarta-feira, 31 de outubro de 2012

No meio do caminho nasceu um poeta, há 110 anos



Há 110 anos nascia em Itabira-MG, Carlos Drummond de Andrade. 

Carlos Drummond de Andrade. fonte: www.jb.com.br
 
Quando menino veio estudar em Belo Horizonte, no tradicional Colégio Arnaldo, naquela época, um colégio somente para meninos. Depois passou pelo Colégio dos Jesuítas em Nova Friburgo-RJ e finalmente formou-se em Farmácia, mas sua vocação era mesmo a escrita.
Em em 1925 publicou suas primeiras obras poéticas e a partir daí não parou mais. Foi uma sucessão de poemas, contos e até livros infantis.


Casa onde nasceu Carlos drummond fonte: www.vivaitabira.com.br

Jardim dos fundos da casa onde nasceu Drummond. fonte: www.vivaitabira.com.br

Trabalhou como colaborador no Jornal do Brasil, que aliás, hoje lhe prestou uma homenagem virtual no http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2012/10/31/ha-110-anos-nascia-carlos-drummond-de-andrade-relembre-cronicas-do-jb/

 Em razão da construção da Usina de Itaipu, ele escreveu sobre o salto de Sete quedas.

Fonte: www.jb.com.br

Teve uma única filha, que faleceu primeiro do que o pai. Esse se despediu do público em agosto de 1987.

Dentre seus poemas, gosto muito de "No meio do caminho".

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

E fica aqui, junto à essa singela homenagem ao poeta, deixo minha sugestão: visite http://www.vivaitabira.com.br/   e conheça melhor o Drumond.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Mineiro e o Queijo

Recebi um Email da Secretaria de Cultura da cidade do Serro-MG, informando sobre o lançamento do DVD abaixo indicado e solicitando a divulgação. Como é coisa de mineiro, estou postando aqui no nosso cantinho da mineirisse, ainda mais que se trata do queijo, produto indispensável no kit de sobrevivência do mineiro.

o


Se você assistir ao vídeo abaixo, poderá compreender melhor porque o queijo é tão importante por aqui.

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Se quiser assistir ao filme completo, aí sim, terá que tirar o escorpião do bolso e entrar em contato com a Quimera. Isso eu também vou ter que fazer...



E nessa cozinha que mais parece cozinha de vó, a receita do pão mineiro, que não poderia ter outro nome: pão de queijo!

 foto de Ricardo Lima

O pão de queijo é tão apreciado aqui em minas, que nos anos 60, quando as moças olhavam para os rapazes bonitos e diziam " é um pão!", do rapaz elas se esqueciam se ele estivesse com um pão de queijo nas mãos.
O queijo representa a abundância numa mesa simples com canecas esmaltadas e um velho bule de café, que perde a majestade e suditamente apenas acompanha o degustar da iguaria. Seja verde ou curado, branco ou amarelo, sólido ou cremoso, é sempre muito benvindo. 
Há quem seja mestre no seu preparo, há quem arrisque uma massa sem segredos. Se não serve para vender, alguém sempre come. Se fica duro e pode quebrar a dentadura, passa o queijo no ralo e joga na massa da broa, faz pão, põe para gratinar um macarrão. Jogar fora? Jamais!!! Dele tudo se aproveita. Como dizem lá roça, " inté o soro e a raspa"!


terça-feira, 9 de outubro de 2012

60 anos após a grande viagem de Rosa, o sertão ainda corre risco


 " Árvores sem folhas, terra seca e uma casinha de pau-a-pique. Essa é uma das imagens que surgem em nossa mente quando ouvimos falar em sertão." (Pinheiro, Cunha e Ferraz)
Dentre as outras imagens do sertão, em minha mente surge a poeira vermelha que o vento levanta e faz a vista embaçada enxergar ao longe um vulto branco, em cima de um cavalo que vai seguindo estrada a fora. Lembro do chão muito seco e já quase rachado, dos quintais sem horta, com poucas galinhas e um cachorro malhado com as partes brancas quase  marrom. Dos chapéus de couro ou palha, da pele do sertanejo queimada pelo Sol, da restrição de alimentos e das viçosas flores de mulata enfeitando os arredores das casas...
Já Guimarães Rosa¹, segundo Mônica Meyer em seu Ser-tão Natureza: a natureza em Guimarães Rosa; valorizava o conhecimento, a cultura popular. Aprendeu com os vaqueiros os nomes dos bichos, das plantas, dos rios...
Sessenta anos após a grande viagem do escritor, seus relatos de viagem parecem escritos ontem...
" Afora os bois, eu só via o céu, o Sol e o capinzal. Era um dia tão forte, que a luz no ar mais parecia uma chuva fina, dançava no ar como cristal e umas teias de aranha ou uma fumacinha, que não era. Mas, de pancada, tudo parou : gritaram adiante, e eu vi o fogaréu. Aí era fumaça mesmo, com os labaredos correndo feio, em nossa frente, numa largura enorme, vindo pra nossa banda [...]. Uma porção de bichos, porco-do-mato, todos estavam ali também. Mas a fogueira não tinha sopitado. Era só um tempo, um prazo que o demônio dava para se morrer mais demorado. Porque mesmo longe o fogo zunia. E aqueles bichos todos estavam ali, pedindo socorro a gente."
Nesses dias de intenso calor, pouca umidade e uma corrida desenfreada do homem pela devastação do que resta do cerrado, episódios assim ainda são quase cotidianos. E, o que faria Guimarães Rosa para salvar o que ainda resta do sertão?
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¹Nome: João Guimarães Rosa

   Nascimento: 27/06/1908 , Cordisburgo – MG
   Falecimento: 19/11/1967, Rio de Janeiro - RJ
   Profissão: médico e escritor que inaugurou uma metamorfose no regionalismo  
     brasileiro.
   Principal obra literária: Grande sertão Veredas.
   Uma frase: “ ... agente morre é para provar que viveu.” dita em 16/11/1967

domingo, 7 de outubro de 2012