sábado, 14 de agosto de 2010

A cidade vive do passado, mesmo assim insistem em desprezá-lo

Das lembranças que tenho de minha última passagem por Diamantina, lembro-me com tristeza da casa da rua Padre Rolim, se não me falha a memória. Sei que fica numa das ruas  que cortam a rua Jogo da Bola e subindo em direção a praça do Sagrado Coração. 
Ia subindo a ladeira fotografando a paisagem e conversando com a turma, erámos umas 35 pessoas. De repente avistei essa casa e não hesitei em tirar uma foto. Fiquei observando e tentando entender porque o abandono de tanta beleza. Logo pensei, deve ter sido uma casa de fazenda ou um casarão de algum português que morou por aqui na época da exploração dos diamantes. Pensei na possibilidade de comprá-la e reformá-la mantendo o estilo da construção. Mas logo percebi duas coisas: não havia placa informando que ela estava a venda e eu também não teria dinheiro para comprar.
Segui adiante com o coração apertado e nesse dia quase nada aproveitei daquele passeio pelo centro histórico. Senti a velha angústia  de ver e nada poder fazer. Restou a foto que tirei e que alguém se ler essa postagem um dia a verá.
Essa é apenas uma das várias construções que contam um pouco da história desse país que não valoriza sua memória. Para se ter uma idéia do que digo aqui, tenho também em algum lugar nos vários álbuns de fotografias que guardo, uma foto da casa onde viveu o Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, famoso artista barroco do séculos XVIII-XIX.
A casa caindo aos pedaços, escorada, em pleno centro histórico de Ouro Preto, cidade património da humanidade. Felizmente, essa não chegou a cair, o que seria até imoral para nossas autoridades, ela foi reformada há uns dois anos e está lá toda bonitinha ao lado da matriz de Nossa Senhora da Conceição, que abriga em seu interior o túmulo do Aleijadinho.  

2 comentários:

  1. é verdade! não se pode virar costas ao passado; é com ele que a nossa entidade se alicerça!

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  2. Que bom seria se todos pensassem como você!

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