Da janela lateral da minha sala de visitas, onde a visita mais constante é a de minha pessoa, pus-me a observar o lugar onde vivo. Sei que muitos como eu sentem-se aprisionadas nesses apartamentos inventados para acomodar a aglomeração humana que por força do progresso habita as "megametrópoles" como podemos classificar a jovem Belo Horizonte, no auge dos seus 113 anos.
O lugar onde vivo é um lugar comum como qualquer área urbana, mas tem algo de especial para mim: é o meu cantinho! E lá fora, o que tenho ao redor desse espaço faz parte do meu habitat.
Para não me perder em lamentamentações negativas sobre o morar no mundo urbano, prefiro olhar a paisagem da janela e captar o seu saldo positivo. Contemplar o céu, as árvores, os pássaros e as plantas do quintal do vizinho .
Hoje minha atanção se voltou para a paineira que fica no estacionamento do supermercado, há meia quadra daqui. Seus frutos já expeliram a paina, que mais parece um bolo de algodão. Essa árvore já está ali a mais de duas décadas. Floresce no final do verão e fica sem folhas no inverno enquanto seus frutos amadurecem. Me chamou a atenção também os três pés de pau-rei, que ficam do outro lado da avenida. São as últimas árvores dessa espécie, que foi a primeira plantada aqui na avenida, ainda intactas na região. As demais o bicho homem matou ou a própria natureza jogou no chão. Elas são enormes, devem medir bem uns 50 metros de altura.
Observei também as árvores do quintal do vizinho. Uma mangueira que eu acompanhei o crescimento ao longo dos anos que moro aqui. Cheia de pequeninas mangas e um resto de flores!
Vi também a alegria das maritacas: o pé de coqueiro licuri com dois cachos bem cheios de coquinhos ainda verdes.
Pelo verde que nos cerca, somos cotidianamente abençoados com a presença de vários pássaros. Inclusive, posso ver aqui da janela dois ninhos que pelo comportamento dos pássaros, já devem ter filhotes. São ninhos de ben-ti-vi e de pomba verdadeira.
Para terminar não posso deixar de contar o que me aconteceu hoje pela manhã. Eram mais ou menos seis horas e eu acordei assustada com o barulho de um canto. Quando me sintonizei, percebi que havia um sabiá cantando na janela do meu quarto! É a segunda vez que me acontece essa visita. Acho que ele está gostando do vaso que tenho lá. E é mesmo um vaso especial! Acredite, plantei nele, em meio a outras coisas, um pé de couve. Isso mesmo! Um pé de couve! Explico: a muda veio grudada num dos talos de folhas de couve que comprei num sacolão. Percebi quando estava lavando as folhas para picar, e achei tão bonitinho o pezinho de couve, que resolvi adotá-lo. Foi amor a primeira vista!
Olá Anabela.
ResponderExcluirJá percebi que, apesar de morar num apartamento, gosta de apreciar as belezas naturais que Vê da sua janela.
Eu moro numa vivenda com um jardim e tenho várias árvores de fruto e decorativas, para além de imensas plantas que me dão muito trabalho, mas onde eu alivio o stress.
Beijinhos
Lourdes
Olá Lourdes!
ResponderExcluirNo futuro quero morar num sítio ou em uma casa com quintal no centro de uma cidade bem pequena.
Enquanto espero o tempo passar, admiro a paisagem da janela!
Abraços e obrigada pela visita!
Muito sábia sua forma de viver, Anabela !
ResponderExcluirÉ aproveitar, usufruir tudo o que está ao nosso dispor, não lastimando o que não temos, mas sonhando sempre com o futuro.
Eu morava no Rio num apartamento que possuía uma varanda comprida, porém estreitinha. Coloquei em cada ponta uma caixa de água, dessas de 50 litros, pois era o tamanho que dava ali. Numa delas plantei uma Buganvile e nela pendurei o bebedor para pássaros. Era o dia inteiro apreciando o movimento dos passarinhos que vinham beber água ! Naquele reduzido espaço, a Natureza estava presente.
Na casa ao lado, existia uma mangueira frondosa, e seus galhos chegavam até a minha varanda.
Apesar de estar na altura de um 4º andar, tinha meu quintalzinho improvisado !
Beijo