sexta-feira, 24 de setembro de 2010

MANUELZÃO

Foto tirada da revista do Projeto Manuelzão.
Manuel Lunardi, mais conhecido como Manuelzão, personagem imortalizado nas obras de Guimarães Rosa, grande escritor mineiro que relatou minuciosamente o nosso sertão, merece nesse blog que tanta se preocupa em divulgar mineirisses, ser o destaque na postagem de hoje.
Homem simples e  pobre,  passou sua quase centenária existência cavalgando atrás de boiadas e tropas pelos sertões de Minas e Bahia. E é essa dádiva de vida que rendeu-lhe uma enorme convivência com a natureza e em especial nas terras banhadas pelo Rio São Francisco e o Rio das Velhas, onde pode visualizar a degradação lenta das águas e do meio ambiente em si, com a chegada do progresso.
Manuelzão conheceu Guimarães Rosa, viajaram juntos algumas vezes e entre uma viagem e outra nas horas do bate-papo, foi sendo imortalizado na memória do escritor, que depois passou a registrá-la no papel.
Faleceu em 1997, quando o chamado Projeto Manuelzão, que visa a recuperação da bacia do Rio das Velhas, completou dez anos. O projeto que leva seu nome ainda está em pleno andamento e vem conseguindo grandes progressos.
Temos que reconhecer a contribuição desse simples cidadão mineiro para a melhoria do meio ambiente em nosso estado. Ao relatar suas lembranças do tempo em que a natureza ainda estava preservada, ele despertou o interesse das pessoas comuns e principalmente de orgãos públicos e entidades cientificas para com a degradação insustentável do Rio das Velhas.
As promissoras águas claras e repletas de peixes de várias espécies foram registradas no século XIX pelos viajantes europeus que por aqui passaram. Por exemplo, Richard Burton, um inglês que atribuiu ao rio ser uma futura  fonte de riqueza para Minas Gerais. riqueza essa que segundo ele, viria da pesca e da navegação. Em seu livro, Viagem de canoa de Sabará ao Oceano Atlãntico, ele relata que no trajeto entre Sabará e Barra do Guacuí, o rio era tão piscoso que os peixes pulavam dentro da embarcação.
Nos anos 80 do século XX, a situação ficou horrível em termos de poluição das águas, mas com o projeto, as coisas estão melhorando e aos poucos os peixes estão voltando, mas ainda há muito o que se fazer, pois muitas cidades despejam seus esgotos no leito do rio, além dos resíduos industriais. Lembrando que são cinquenta e um municípios ...
Para saber mais sobre o projeto acesse: http://www.manuelzao.ufmg.br/

11 comentários:

  1. Olá minha cara Anabela Jardim, agradeço desde já o gentil comentário em meu espaço de reflexão, seja sempre bem vinda. As "coisas" de Minas Gerais são maravilhosas. Guimarães Rosa um imortal e seus personagens são um marco em nossa literatura. Um belo final de semana.

    forte abraço

    C@urosa

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  2. Anabela, é tão importante divulgar a vida desses que foram tão importantespara a nossa cultura, para a construção do nosso Brasil e do nosso jeito de ser. Estou esperando sua foto hein. Bjs

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  3. Só um grande homem consegue põr em prática um projecto desses. Ainda bem que tem seguidores.É mais um pedaço do planeta que se tenta manter saudável.
    Beijinhos
    Lourdes

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  4. Fantástico o Manoelzão, Anabela.
    Me diga, é possível fazer poesia com um velho, urubus e uma carcaça podre? Eu tentei, agora estou pedindo quantas opiniões for possível. Grande abraço e obrigado antecipado!

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

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  5. Oi Carlos!
    Obrigada pela visita e pelas belas palavras!

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  6. Fernando!
    Agradeço-lhe o elogio. Volte sempre!

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  7. M. Lourdes!
    Sempre atenciosa! Esse post é também um lembrete de que há muitos rios a serem salvos.

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  8. Jefh!
    Estou pensando numa resposta para a sua pergunta. Agradeço-lhe pela visita. Me aguarde!

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  9. Oi, Anabela:
    Estive em várias reuniões, há tempos atrás, onde muito se falou do Manuelzão e da preocupação com os rios de Minas Gerais - e do Brasil !

    Os comitês de bacias dos rios são muito atuantes aqui na minha região. Só espero que dê tempo, antes que a poluição acabe com nossas águas.
    Beijo

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