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Tapete da rua Dom Pedro II. |
Estive em Sabará na solenidade de comemoração do dia de Corpus Christi, registrei um pouco do vi e faço essa postagem para compartilhar com todos que pelo tema se interessarem.
SIMBOLISMO, RELIGIOSIDADE E ARTE.
Assim posso definir o envolvimento que há muitas gerações une todos os anos a população sabarense na noite que antecede o dia de Corpus Christi. Crianças, adultos e idosos preparam à noite os maravilhosos tapetes por onde irá passar na manhã do dia seguinte a procissão com o Santíssimo Sacramento, que em Sabará, uma cidade do século XVIII, conserva ainda boa parte do simbolismo religioso trazido pelos portugueses, não dispensando elegância e beleza na decoração das ruas e das casas por onde passa o cortejo.
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Detalhe do tapete na praça Tangará. |
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Detalhe da rua Dom Pedro II. |
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Tapete de fretente ao prédio da prefeitura. |
O ritual completo é composto de uma missa na praça da igreja de N. S. do Rosário onde se reúnem devotos e curiosos em torno do evento. Após a missa, dá-se início à procissão que tem um longo itinerário até a matriz de N. S. da Conceição, onde há uma benção final e o Santíssimo fica exposto para orações até o final do dia quando com uma outra missa encerram-se as celebrações. Durante o percurso da procissão há três paradas para bençãos.
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Benção final na igreja N S Conceição. |
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Local da 2ª benção no percurso. |
Na procissão vão à frente e enfileirados todos os membros da irmandade do Santíssimo Sacramento vestidos com uma capa vermelha, seguidos pelos ministros da Eucaristia com roupas brancas e alguns devotos ou membros de outras irmandades. Eles não podem pisar sobre o tapete.
No meio da procissão, antecedidos por duas meninas vestidas de anjo, seguem os padres com o Santíssimo, os guardiãs e a banda tocando durante todo o percurso músicas religiosas tradicionais. A partir desse ponto vem a multidão de fiéis que já tem permissão para pisar no tapete sobre o qual o Santíssimo passou.
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Início da procissão, vista da sacada do sobrado Padre correia, foto do site do jornal Estado de Minas. |
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Essa foto tam bém do site do jornal EM, mostra o ponto no qual o povo já pode caminhar sobre o tapete. |
É um ritual repetido e respeitado na cidade. Observei durante o percurso a dedicação dos moradores na ornamentação das casas. Janelas enfeitadas com colchas de renda de crochê, toalhas bordadas, flores, palmas douradas e tudo que pudesse abrilhantar a frente da casa. As cores mais usadas foram o branco e o vermelho. Outro detalhe que me chamou a atenção foi o fato da casa ficar totalmente aberta, como se fosse um convite para a entrada do poder de Deus. Os mais velhos nas janelas com lágrimas nos olhos e os mais novos no passeio da casa esperando a hora de se juntarem à multidão.
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Ornamentação na janela do sobrado Padre Correia. |
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Ornamentação com palmas douradas. |
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Local da 1ª benção. |
É uma tradição católica, mas pelo valor cultural e oportunidade de expressão da arte popular, atrai com certeza observadores de outros segmentos religiosos. Afinal, não é todo dia e nem em qualquer lugar que se pode observar a beleza dos tapetes feitos por mãos humildes e com materiais tão simples, mas que revelam metros de pura criatividade e beleza. Neste ano os sabarenses usaram serragem, saibro e pó xadrez de cores variadas. As figuras básicas foram flores, cálice, uvas, hóstias, cordeiros e traços geométricos.
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Tapete da rua Comendador Viana. |
Oi AnaBela, pela imagens da pra se ver que é uma festa muito bonita.
ResponderExcluirBjs e boa noite
Oi vim aqui conhecer seu cantinho e dizer que essa festividade é realmente encantadora. A arte em si só! Sou de Minas pertinho.. BH mesmo! Rsrs
ResponderExcluirParabéns pelo post!
Venha conhecer nosso blog tbm!
Abraços
http://uaimeu10.blogspot.com/
a emoção de ver essa comemoração religiosa tem que ser vívida.
ResponderExcluiré de parar o coração, não é?
me lembro pequena de ter ido a Ouro Preto e ver os tapetes feitos em flores e plantas, nunca mais me esqueci.
Temos uma procissão dessas na quaresma, no domingo anterior ao domingo de ramos, para levar o Corpo de Cristo aos doentes. Também com tapetes nas ruas e colchas nas janelas.
ResponderExcluirAinda bem que estas tradições continuam a realizar-se, é um sinal da presença de Deus no meio da gente.
Bj
Olá AnaBela, parabéns pelo post, como sempre você exalta as belezas mineiras, claro, que tanto nos orgulha. "Minas são muitas", e uma das suas mais destacadas peculiaridades é a religiosidade deste povo, que mistura fé, arte e história. O seu blog, cada vez mais, nos orgulha de sermos mineiros, uai.
ResponderExcluirAbraços.
PPDias
Oi Ana
ResponderExcluirBela tradição essa, que graças a Deus se perpertua.
Beijos
Acho tão lindo esses tapets, adoro ver esse trabalho lindo e a fé...beijos,chica
ResponderExcluirÉ muito lindo ver o comprometimento e a fé das pessoas que realizam esse belo trabalho, para que a festa de Corpus Chisti aconteça.
ResponderExcluirAmei seu texto e suas imagens, você tem um jeitinho peculiar de fazer as postagens.
Grande abraço e uma boa noite pra ti.
Lindos!! Muito bem feitos! Parece que a tradição foi mantida e feitos com pó de serragem colorizada. Aqui na cidade onde moro, fazem com sal e chamam "tapete de sal", mas quando era pequenininha em Minas Gerais, lembro do pó de serragem tinto e dos ministros andando sobre o tapete e mamãe dizendo: "Só eles podem".
ResponderExcluirVocê sabia que a tradição dos tapetes foram os belgas que ensinaram os portugueses? Fiquei sabendo disso só este ano! :) Beijus,
É uma obrigação nossa manter as tradições. Esta, por exemplo, é espectacular.
ResponderExcluirObrigado pela sua visita ao Papa Açordas. O problema que se passa em Nápoles, é que o negócio do lixo é dominado pela Mafia italiana, negócio que envolve milhões de euros, e que não o quer perder.
Abraço
Compadre Alentejano
Olá Anabela.
ResponderExcluirTodos os anos vemos pela televisão os diversos tapetes pelas cidades brasileiras que conservam esta tradição. Muito bonito. E seu carinho em nos mostrar, maravilhoso!
Beijos.
Maria Luiza (Lulú)
Oi,Anabela
ResponderExcluirPerto de minha casa tem uma igreja e minhas netas foram ajudar a decorar os tapetes,é um trabalho maravilhoso pelas fotos deve ser uma festa muito linda.bjs
Ótima postagem mostrando essa bela tradição mineira, Anabela !
ResponderExcluirConsidero emocionantes essas manifestações populares que ainda existem de maneira tão forte, nas pequenas cidades.
Beijo
Bom dia Anabela
ResponderExcluirPassei pela casa da vóvó, infelizmente não consigo comentar com minha conta google. Não sei a razão, mas em todos os blogs que tenham aquele modelo de comentário,
meus comentários não seguem.
Deixo aqui minha manifestação de agrado pela participação no S.João
da Casa da Vóvó.
Beijinhos
Alvaro
Aqui a gurizada do GJPP da Igreja do Porto e outros grupos jovens de outras comunidades se esforçam pra valer, entram amadrugada com frio, chuva ou não, para embelezá-la, mas faz muito tempo que não acompanho estas procissões e com os frios que tem feito aqui, muito mais.
ResponderExcluirSobre os carros antigos eu fotografei este ano já pela terceira vez, gosto de fotografá-los, mas sou mais da natureza.
Tenho um outro blog de fotos, mas esqueço que ele existe. Risos.
http://espacodefotos.blogspot.com/
Tenho que abastecê-lo.
Beijos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirUma festa religiosa que me trás saudades.Ia na procissão como escuteira.
Ainda gosto imenso de ver a procissão.
Os tapetes de flores são idênticos aos vossos.
Parabéns por mais um post instrutivo.
Bjs.
É uma obrigação manter as tradições!
ResponderExcluirBeijinhos, e boa semana.
Belas fotografias de importante tradição...Espectacular....
ResponderExcluirCumprimentos