Um caminho lindo, todo cercado por serras rochosas e cursos d'água, numa estrada de terra cheia de curvas e poeira vermelha.
Do centro de Diamantina seguimos em direção ao bairro da Palha, segundo a tradição oral, o nome do lugar está ligado à existência de uma capela primitiva de pau-a-pique e coberta com
palha feita, pelos primeiros mineradores que ali se instalaram. Posteriormente o lugar foi sede da chácara do contratador dos diamantes, o português João Fernandes de Oliveira, de quem a ex-escrava Chica da Silva foi concubina e teve treze filhos. Contam que para escândalo da sociedade setecentista, a mulata que vivia no luxo, teve ali realizado o seu sonho de andar de navio. O intendente teria mandado construir um lago e uma embarcação enorme para ela navegar. Na chácara também havia um teatro onde eram apresentadas peças com artistas renomados na ápoca. Hoje nada resta no lugar, a não ser construções recentes e bem simples.
Um pouco distante da Palha, já entrando na área rural atravessamos o Ribeirão do Império, local onde até meados do século XX eram encontrados diamantes.
Ribeirão do Império. |
Ribeirão do Império |
Seguimos estrada a fora e passamos por um povoado a que chamam de Vau. Na verdade o que vi foi umas poucas casinhas à beira da estrada e um senhor idoso fechando uma cerca de arame. Como não paramos, ficou para mim a imagem de um povoado sem igreja e comércio.
Logo a frente, atravessamos o Rio Jequitinhonha, em sua cabeceira como dizem por lá, embora não muito perto da nascente. A ponte sobre o rio é o marco divisório dos municípios do Serro e Diamantina.
Ponte sobre o rio Jequitinhonha |
Rio Jequitinhonha |
Rio Jequitinhonha |
Depois da ponte a estrada segue numa subida ingrime, com muitas curvas e terra vermelha... Não demorou muito e avistamos o povoado de São Gonçalo do Rio das Pedras, muito pequeno e aconchegante. Um recanto para se descansar, com muitas pousadas e casas para alugar, uns poucos estabelecimentos comerciais e claro, uma igreja em destaque, marcando como sempre a beleza do lugar.
A maioria das ruas são de terra, e as que tem calçamento é do tipo muito antigo, daqueles que abala qualquer rolamento...
Nos arredores muitos córregos de águas limpas e encachoeirados. Um lugar que não seria mal de se morar !
Bar, mercearia e restaurante em São Gonçalo do Rio das Pedras. |
Largo da matriz de São Gonçalo. |
Rua em São Gonçalo. |
Igreja matriz de São Gonçalo. |
Durante o percurso passamos por alguns ranchos e um hotel fazenda muito bonito. Não há muita plantação de hortas e frutas, os animais criados parecem ser apenas para o consumo local, ou seja, a agricultura e pecuária não são por ali atividades econômicas importantes, acredito que pelas condições de transporte e principalmente pela qualidade do solo.
Passamos por um planalto onde ainda estão erguidos alguns casebres, a réplica do mercado dos tropeiros e outras partes do cenário utilizado na gravação do seriado "A Cura".
Em São Gonçalo os animais domésticos andam soltos pelas ruas, as roupas lavadas são estendidas nas cercas de arame para secar, as casas ficam com janelas e portas abertas e todos que passam fazem questão de olhar e saudar. Tudo bem caseiro, ainda bastante rural e o visual da paisagem do entorno é deslumbrante.
Ei, Anabela! Amei este "barmerceariabotequim"! A igreja tbm é linda!! Coisas que só encontramos no intereior de minas mesmo, né, Uai! Saudade, gata! bjs: Carol Carneiro
ResponderExcluirOi,Anabela!
ResponderExcluirVoltei pra ver essas imagens admiráveis,amiga! Tão emocionante ver os famosos e históricos rios de onde tiravam os diamantes, que traziam riqueza pra tanta gente... A estória fascinante da Chica da Silva que ilumina a nossa imaginação...Paisagens de uma beleza cristalina e pura,cuja essência transcende o nosso simples olhar...E os lugarejos perdidos no tempo com tantas estórias para contar!
Obrigada,querida amiga,por compartilhar conosco estas singulares imagens e tuas emocionantes impressões!
Beijo grande!!!
Teresa
Oi Anabela
ResponderExcluirAdorei este seu tour por Diamantina, Serro até o povoado de São Gonçalo, muito interessante e pitoresco.
Bem a cara de Minas Gerais.
Beijo.
Uma bela viagem com historia,penso que voce pode preparar um livro pelos caminhos de Minas.Aqui a saudade aflora sempre.Vendo o Jequitinhonha, as casinhas simples, os corregos e risos limpos tudo é saudade.Parabens Ana, linda sua postagem.
ResponderExcluirMeu terno abraço.
Me fez lembrar as travessias do Riobaldo: "Vau do mundo é a alegria(...); vau do mundo é a coragem". Minas não tem fim mesmo.
ResponderExcluirObrigado por compartilhar.
Abraço.
Gilson.
Tenho muita vontade de fazer esses caminhos! Agora só quando Helena crescer um pouquinho!
ResponderExcluirBeijos
Lindas fotos e que bom viver num lugar onde a liberdade e segurança ainda existam assim....beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirTudo bom Anabela?
ResponderExcluirAno passado fui até Alagoas de carro, eu dirigindo, dormi uma noite no Vale do Jequitinhonha na ida e na volta, olhando tuas fotos deu uma saudade, principalmente pq. minha mãe estava comigo, e ela faleceu em março passado.
Adorei conhecer teu blog.
Beijos e uma ótima semana a vc.
Audeni