sábado, 29 de janeiro de 2011

Mariquinha



Devido ao sucesso da imagem do bonde na postagem anterior, resolvi mostrar mais uma raridade que se encontra exposta lá Museu Histórico Abílio Barreto. A Mariquinha, uma locomotiva de origem norte-americana usada para puxar os vagões que traziam do Rio de Janeiro o material para a construção da cidade de Belo Horizonte no final do século XIX.
Lembrando: BH é uma cidade projetada, aqui havia apenas um arraial sem recursos, denominado Curral Del Rei. Então, tudo veio de fora para se erguer a nova capital dos mineiros, até a mão-de-obra. Os italianos, que naquele tempo emigraram em grandes levas para o Brasil, compunham a força de trabalho que ergueu os primeiros prédios e ruas da cidade. Muitos ficaram por aqui. Nos primeiros anos do século XX, habitaram áreas que formaram depois a periferia da cidade. Alguns, mais abastados tiveram grande participação na vida econômica do município. Não só italianos, mas também os chamados árabes, aqui chamados de "turcos", também os espanhóis e os portugueses.  

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Era uma vez um bonde, que circulava por BH ...

Olá pessoal! Vai aí uma pergunta fácil de ser respondida: Quem já andou de bonde? Eu, não consegui nascer a tempo deles serem retirados de circulação aqui na minha cidade natal, mas escuto muitas histórias daqueles que neles não se cansaram de andar.
Estive recentemente no Museu Histórico Abílio Barreto, aqui em BH, levando meu garoto para conhecer um bonde. Esse da foto. Ele está descançando desde o dia 30/06/1963 quando transitou pela cidade pela última vez. A partir desse dia, BH ficou somente com os trolebus e aumentou continuamente sua frota  de ônibus coletivo ou lotação.
Vejam como é lindinho esse bonde! Fazia a linha do bairro Padre Eustáquio. Os outros que haviam em circulação naquele dia 30 de junho de 1963 foram distribuidos pelos museus de outras cidades... 

Vejam as propagandas e o colorido da fachada.

Detalhes da lateral e do cartaz com uma linda mulher para a época.

Nos bancos cabiam 32 pessoas. Os demais seguiam em pé e apoiados nas laterais. 

Detalhes dos bancos e das propagandas de produtos da época.

O espaço do motorneiro.
 Não é bacana, gente? Meu filho adorou os cartazes da época com propagandas de produtos que ele nunca ouviu falar e uma grafia muito distante de tudo que ele lê hoje. ficou tão impolgado que até abaixou para ver as engrenagens debaixo do bonde.
Belo Horizonte foi a quinta cidade brasileira a ter os bondes elétricos de fabricação norte-americana, instalados pela General Electric (GE) em 1902. Os bondes circularam pela cidade até 1963. Em 2005, uma onda nostálgica fez nascer um projeto da prefeitura que previa a reativação de uma linha de bondes para passeios turísticos na área central. infelizmente o projeto não vingou.
Os primeiros bondes eram feitos de ferro, madeira e lona. Circulavam sobre trilhos, movidos a energia elétrica. O motorneiro era o encarregado da direção do veículo e responsável pela segurança do trajeto (freios, controle nos trilhos etc.). Já o condutor, um tipo de cobrador, recebia o dinheiro das passagens, passando de banco em banco, pelos estribos.
Os estribos ou degraus de madeira ficavam dos dois lados, sendo usados para o passageiro entrar no bonde. Como o veículo não fazia manobras, tinha duas frentes: ao chegar no fim do trajeto, o motorneiro usava uma alavanca que mudava a direção. Os encostos do banco também mudavam de posição de acordo com o sentido do bonde.
Os bondes não podiam andar lotados e os passageiros eram proibidos de subir e descer com o veículo em movimento

sábado, 22 de janeiro de 2011

Manoel das Moças

Foto da estatueta existente no Museu Histórico Abílio Barreto, em BH.
Um tipo popular de Belo Horizonte

Muito surdo, mesureiro, fazedor de reverências para as moças. Muita gente supunha que Manoel ganhara o apelido, complemento de seu nome, Manoel das Moças, por estar sempre a desmanchar-se em piruetas, rindo idiotamente diante das jovens. Engano, Manoel morou em Ouro Preto e tinha duas sobrinhas. Foi acusado de as haver infelicitado. Esteve preso e foi a júri. Absolveram-no. A culpa do crime cabia porém às estudantes e não a ele. As famílias o apontavam na rua: " Lá vai o Seo Manoel das Moças. O Manoel do tal caso das moças" ... E assim nasceu o apelido.
Foi uma das transplantações da velha para a nova capital. Ele veio com as sobrinhas, aliás bonitas e que fizeram sucesso, há mais de 40 anos, nas rodas boêmias da cidade. Eram chamadas "as peixe-elétrico". Não sabemos a razão desse nome de guerra, mas é facilmente conjecturável ...

Trecho da crônica de Moacyr Andrade, publicada em o " Diário da Tarde", em 25/09/1952.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

NO CENTRO DE BH, A NATUREZA PEDIU SOCORRO!



Na semana passada, nós belorizontinos, fomos pegos de surpresa com a triste notícia da morte de uma senhora que fazia caminhada na pista do Parque Municipal Américo Renné Gianetti, no centro da capital mineira. Seria mais uma morte comum, se não fosse a causa desse óbito: a queda de uma árvore com 30 m de altura sobre seu corpo. A mulher morreu esmagada! Um absurdo? Sim. Mas vamos com calma ... Tempo chuvoso, árvores muito antigas e o pior de tudo: com as raízes infestadas de cupins! Gente !!! Num lugar que nos finais de semana fica repleto de crianças pelas dezenas de brinquedos que o parque possui e, de adultos em busca de diversão nos vários shows musicais e teatrais que são exibidos naquele espaço. O agravante agora é que apesar do fechamento do parque para um inventário e providências cabiveis, espalhou-se a noticia de que as árvores dos passeios em muitas ruas também estão cheias de problemas. BH é uma cidade bem arborizada, a prefeitura ao longo dos anos incentivou o plantio, mas não está tendo o devido cuidado com elas.
Ontem passei em uma das ruas laterais do parque e pude perceber que além de fechado para a visitação pública, os técnicos estão realmente trabalhando para afastar o perigo e garantir o funcionamento do local que é o mais antigo espaço de preservação ecológica da cidade. É remanescente de uma chácara que ali havia quando a cidade foi construída. Portanto anterior ao ano de 1897. Sugiro que acessem o http://g1.globo.com/videos/minas-gerais/v/bombeiros-vao-avaliar-necessidade-de-corte-de-arvores-no-parque-municipal-de-bh/1415317/#/todos%20os%20vídeos/page/5  para  poderem ver as imagens. Não pude entrar no parque para fotografar e como percebi que elas correspondem à realidade que observei ontem, através das grades que cercam o lugar, dou crédito a elas. Mais uma vez a natureza pediu socorro!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Scarcéus em Santana dos Montes



Santana dos Montes, a 136 km de Belo Horizonte, foi o cenário escolhido pela banda mineira Scarcéus para a gravação do seu mais novo clipe. Em destaque no vídeo, um pouco da cultura do interior mineiro como grupos de congado, estação ferroviária, igreja barroca, paisagens de fazendas e o casarão que abriga a pousada Solar dos Montes http://www.solardosmontes.com.br/solar.html, do casal Medina,  que aparece na gravação. Taí uma bela cidade que se destaca no cenário das cidades históricas mineiras por suas belas fazendas coloniais. Vale a pena conhecer!!!


domingo, 16 de janeiro de 2011

O IMPASSE NA PRESERVAÇÃO DA MATA DO INFERNO






A Mata do Inferno, na divisa dos municípios de Belo Horizonte e Sabará, é hoje alvo de um impasse entre o avanço imobiliário a necessidade da população dos bairros adjacentes em tê-la preservada. Sendo um resquício de mata atlântica, com espécies vegetais raras, animais silvestres, nascentes e grutas, precisa ser preservada e transformada num parque ecológico. Se ainda não está tombada, não é por falta de interesse da população local que constantemente tem feito passeatas, participado de audiências junto à Prefeitura e Câmara Municipal de Sabará. Sendo uma área particular e de grande interesse de construtoras que já começaram a construir condomínios de luxo, a situação se agrava um pouco.
Mais um dos absurdos que caminham initerruptamente nesse mundo capitalista.
O nome Mata do Inferno, segundo a tradição oral tem duas explicações: a primeira hipótese é de que no período de exploração do ouro em Sabará, quando os escravos fugiam e se embreavam nessa mata dificilmente eram encontrados, daí ela era o inferno na vida dos senhores de escravos; uma segunda hipótese é de que no período do governo  militar, o local teria servido de desova, causando grande pânico à população vizinha.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CHUVA: necessidade ou castigo?


Céu escuro, vento, barulho de trovões. Raios ... Mais um temporal ameaça cair. São as "chuvas de verão" que também podem vir mansinhas, hibernadas e causando lentos transtornos.
A chuva é uma necessidade natural no meio ambiente. Homens, animais e plantas dependem dela para sobreviver. A lavoura agradece ao solo molhado, mas se encharcado ela agoniza. Os animais agradecem pelo mato verdinho, pela água farta para beberem e se deleitarem em banhos, mas se for grande a vasão eles se afogam. O homem usufrui dos frutos gerados pela fauna e flora, pela umidade no ar que respira, pela abundância de nascentes que trazem o seu lazer e sustento, mas se a chuva  destroí o seu espaço de sobrevivência, ele passa necessidades.
A chuva harmoniza a vida! O grande problema é que o homem com seu extinto egocêntrico mexeu demais no espaço natural e não considerou que estava limitando o espaço necessário aos ciclos  naturais de circulação da água no planeta. Passeios, asfalto, concreto por todo lado. Lixo nos córregos e rios ... E assim a natureza que não comporta limites aos seus ciclos, acaba passando por cima na forma de enchentes que arrasam cidades, vilas, ruas ...
É preciso deixar de apontar a chuva como um castigo e enxergá-lo como um fator natural e necessário à vida, assumindo que o ser humano é quem invade o espaço das águas a ser percorrido encosta abaixo, rumo aos cursos d'água. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011



A Campanha de Popularização do Teatro e Dança é um festival de teatro e dança que ocorre anualmente em Belo Horizonte, Ipatinga, Juiz de Fora e a partir desse ano  Governador Valadares.
Em 2011, a campanha chega a sua 37ª edição exibindo  espetáculos adultos,  infantis e  apresentações de dança. A campanha tem como objetivo apresentar peças realizadas no ano anterior a baixo custo, facilitando o acesso popular a essas artes. De janeiro a março, dezenas de teatros abrigam os espetáculos.
Algumas peças fazem tanto sucesso que há anos continuam na programação. Eu recomendo três dessas:

ACREDITE, UM ESPIRITO BAIXOU EM MIM

Comédia que conta a história de um homossexual assumido, inconformado com a própria morte, que foge do céu para viver novas experiências e acaba criando uma grande confusão após incorporar num machista radical. Com Ilvio Amaral, Maurício Canguçu, Enzo Silveira, Cristian Amaral e Daniella Machado.

QUEM RIR POR ÚLTIMO É RETARDADO

Hora de darem boas gargalhadas. O Quem Rir possui um formato que se aproxima do estilo dos shows humorísticos. Com duração de uma hora e dez minutos a montagem apresenta vários quadros cômicos, inspirados no cotidiano, que abordam programas de TV, músicas e sátiras, além das personagens interagindo com a platéia. É um show de humor!

COMO SOBREVIVER EM FESTAS E RECEPÇÕES COM BUFFET ESCASSO?

O sucesso do espetáculo tem sido comprovado ao longo de todos esses 10 anos que permanece em cartaz. Mais de 500.000 pessoas já assistiram. O protagonista Carlos Nunes narra fatos típicos em ambientes de festas e ensina alguns truques para que a platéia não passe por situações desagradáveis ou constrangedoras nessas ocasiões.O espetáculo além de divertir, tem a pretensão de ser um curso de "auto-ajuda".

Para maiores informações sobre a venda de ingressos, peças em cartaz, locais de apresentação, etc. Acesse

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Selinho

Olá pessoal!

Hoje tenho uma novidade que está me deixando bastante ansiosa. Passei a semana esperando esse momento de contar para vocês ... Confesso que a língua coçou e foi dificil resistir.
Domingo estarei inaugurando o meu novíssimo blog NA CASA DA VOVÓ. É um blog quase literário, um sonho antigo que criou vida após eu ter me integrado na blogosfera. Tive duas fontes de inspiração: uma delas vocês vão compreender ao ler a primeira postagem do blog no dia 09, domingo; a outra vem da paixão demonstrada por Helena Morley em seu livro Minha vida de Menina, por sua avó materna.
Seguindo uma linha de raciocínio próxima à realidade, os fatos e personagens relatados serão fictícios, pelo menos nesse início de trabalho. Vamos brincar, passear e conviver com a vovó?
  



Gostaram do selinho? Fiz para vocês, meus queridos seguidores. Não sou prendada nesse ofício, mas fiz o que pude para ele ficar bem bonitinho. Todos os seguidores desse blog tem direito a um selinho e eu peço para divulgarem o meu novo blog através do repasse desse selo de inauguração. As regras são simples:

1- Visite o  blog NA CASA DA VOVÓ http://anabelanacasadavovo.blogspot.com/ e faça um comentário.
2- Repasse para 5 seguidores do seu blog e peça-os para visitar o blog NA CASA DA VOVÓ e deixar um comentário.
3- Coloque o link do NA CASA DA VOVÓ na sua lista blogs e ou o selinho no seu gaget, pelo menos por um dia.
4- Se quiser me seguirem  podem me seguir por lá também!

No mais, muito obrigada pela atenção! E lembrem-se, a visita dos blogueiros é o nosso estímulo nessa jornada.

Guimarães Rosa: encanto imortal



Guimarães Rosa ficou imortalizado em sua obra. Como ele mesmo disse " as pessoas não morrem, ficam encantadas". Mineiro de Cordisburgo, faleceu em 19 de novembro de 1967, deixando 12 livros escritos, dentre eles o famoso romance Grande Sertão: Veredas.
O ar sertanista, deixado em sua obra, é um reflexo também de suas próprias vivências. Até os nove anos, viveu uma vida rural, na pequena cidade onde nasceu. Convivia com bois e plantações, colecionava borboletas e formigas . Já adulto, médico formado, tinha o hábito de cavalgar pelo sertão para atender pacientes carentes que viviam em fazendas distantes. Nessas andanças conheceu Manuelzão, que se tornou um dos seus mais conhecidos personagens.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Morre em Araxá aos 200 anos a Árvore dos Enforcados



Após uma longa batalha de especialistas pela sobrevida da árvore mais famosa de Araxá, ela foi dada como morta por causas naturais.
A então conhecida Árvore dos Enforcados, é na verdade um pé de "pau de óleo" com idade aproximada de 200 anos. No século XIX teria sido utilizada como suporte no enforcamento de dois escravos e a partir daí nasceram algumas lendas em torno desse fato que a deixou famosa.
Muitos dizem que ela chorava, outros afirmam que o balançar de suas folhas com o vento era fantasmagórico. O certo é que sua fama lhe rendeu o título de patrimônio histórico, garantindo uma vida longa e plena. Para uma árvore desse porte, morrer de velhice é um fato raro!
Essa árvore foi tão famosa que até gerou polêmicas na Câmara Municipal de Araxá, quando um vereador propôs a mudança de seu nome para Árvore da Libertação e o povo da cidade não aceitou.
Tive a oportunidade de conhecê-la há alguns anos atrás, mas não tenho fotos. Agora somente a informação, as lembranças e as fotos dos outros ...
Do alto do morro onde observou a cidade crescer, se ela tivesse um diário quanta  coisa teria para contar! Quantos namoros debaixo de sua sombra? Pequeniques? fofoquices? E por que não dizer, maldades humanas, como por exemplo o ato que lhe rendeu a fama ...   

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Na estrada o carro de boi tem que cantar!



Na rota dos mineradores surgiram municípios onde ainda se mantêm na estrada o corro-de-boi. Que para ser bom mesmo tem que cantar!
O carro-de-boi é tão tradicional que tem até um desfile e concurso anual na cidade de Crucilândia, no último final de semana de julho. Como tantas outras tradições, sua sobrevivência depende da formação de especialistas na  construção e manutenção dos carros. Muitos hoje já viraram peças de museu ou simplesmente enfeitam pátios ou jardins de fazendas.
Hoje num passeio pela internet achei um site bem informativo que fala sobre carros-de-boi, vale a pena conferir. http://www.widesoft.com.br/users/pcastro1/carrodeboi.htm




sábado, 1 de janeiro de 2011

DILMA: a vontade do povo é soberana !?

Foto de Ueslei Marcelino/ Reuters, site folha.uol

Que venha a presidente ( ou presidenta? ) Dilma e ocupe o seu lugar. Assuma a administração desse país continental com a  mesma dedicação que uma mulher comum assume a administração de seu lar. Não importa o tamanho do espaço. Com a dedicação e  a astucia feminina, o importante é que tudo funcione e caminhe sem embaraços   beneficiando a todos. Afinal, é a nossa primeira mulher no poder maior. Ah! Quantos torceram o nariz para esse fato? Fato sim. É real e legitimado pelo povo, conforme ficou claro nas urnas, nesse tempo em que o voto de cabresto já não é mais eficiente.
Não quero aqui tomar partido de nenhum segmento político, mas esse blog não pode ignorar um fato histórico tão marcante, principalmente porque registramos constantemente a memória de Minas e Dilma é  mineira de Belo Horizonte, como eu.
Quero desejar-lhe um feliz mandato. Que ela consiga cumprir pelo menos parte de suas promessas do discurso de posse, para que assim não decepcione os seus eleitores e surpreenda os seus opositores.
Que ela consiga manter o espírito político dos brasileiros tantas vezes elevado pelo seu antecessor, que se não fez tanto quanto muitos esperavam, pelo Brasil,  manteve acesa a chama da esperança na construção de um país melhor para os menos favorecidos. Taí o grande legado de Lula.
Parabéns Dilma! Resta-nos aguardar o que o futuro nos reserva.
Para quem quiser ler o discurso de Dilma ( ou ter uma cópia para cobrar-lhe as promessas não cumpridas) é só acessar o link abaixo: