terça-feira, 12 de dezembro de 2017

BH 120 anos

Hoje é aniversário de Belo Horizonte. Escolhi mostrar aqui o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, localizado na área central da cidade, projetado e inaugurado há 120 anos.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Igreja de São José

Conforme mostrei AQUI , essa igreja, que é a segunda mais antiga e imponente da cidade de Belo Horizonte, passou por uma reforma que trouxe à mostra sua pintura original após décadas submersa em várias camadas de cores variadas utilizadas por seus administradores nas pinturas de simples manutenção do prédio.

Fico feliz por ver o trabalho de restauração quase concluído. Mais que um monumento, temos aqui uma obra social de base redentorista, pois no casario ao fundo do templo religioso funcionam várias ações sociais voltadas para o bem estar material e espiritual dos belorizontinos.

igreja em Belo Horizonte
Igreja de São José - Belo Horizonte /MG

sábado, 22 de abril de 2017

O museu do Ouro em Sabará


Casa da Intendência em Sabará


Situado na Rua da Intendência e abrigado num imponente sobrado remanescente do séculos XVIII, o Museu do Ouro possui um interessante acervo que informa sobre a história da exploração do ouro e outros minerais no estado de Minas Gerias.

A construção serviu  como sede da Casa Real da Intendência e Fundição do Ouro. Em 1840, com a decadência da mineração, a casa foi levada a leilão e passou a ser usada como residência e escola. Em 1946 passou a funcionar como Museu do Ouro por decreto do Governo federal.

Seu acervo é composto por objetos ligados à mineração como ferramentas, maquetes de minas, documentos escritos, desenhos e imagens expostos na parte inferior. No andar superior há reprodução de ambientes domésticos cotidianos na forma de quartos, salas, espaços destinados a objetos religiosos católicos. No pátio externo há um engenho de triturar minério de ouro projetado pelo Barão Eschwege.

Como não é permitido fotografar o acervo, indico um vídeo para quem se interessar em conhecer o museu por dentro: 



domingo, 9 de abril de 2017

Tempo de Reflexão


Olá amigos! Sei que ando um pouco sumida da blogosfera. Está tudo bem comigo. Apenas estou envolvida num projeto que está me tomando muito o tempo livre que eu uso para coisas como blogar.
Enfim, já está em fase conclusão e logo volto a postar com mais frequência, a participar das blogagens coletivas e principalmente a visitar  e comentar as postagens de vocês.

Aproveito a oportunidade para lembrar a todos, independente do ponto de vista religioso, que há um tempo para tudo na vida e, essa segue um calendário espiritual tal qual a natureza com seu círculo das estações. Então, acredito que estamos vivendo o tempo da reflexão. Para os cristãos a base nesses dias chamados de Quaresma, é a fé em Deus que é Pai, filho e Espirito Santo. 

Diante de tantas calamidades e aberrações que o convívio errado entre os homens tem provocado em todo o planeta, necessitamos repensar o valor da vida, o respeito ao ser humano, a necessidade de diminuir a ganância econômica e a obsessão pelo poder. São coisas que estão acabando com o mundo de uma forma muito cruel por ser um fim lento e doloroso para todos.

Que Páscoa não seja repleta apenas de ovos de chocolate, mas principalmente de um novo renascer para humanidade diante de dias tão cinzentos como esses que temos passado.

Fiquem em paz!

segunda-feira, 27 de março de 2017

Palma barroca

artesanato de Sabará

São arranjos florais utilizados na ornamentação de igrejas e oratórios nas residencias. Feitas de laminas de cobre banhadas a ouro ou prata, é um tipo de artesanato bem antigo na cidade de Sabará, remanescente do ciclo do ouro.  A tradição foi inspirada na palma portuguesa, feita de tecido nas cores verde, vermelho e branco  pelas mulheres que migraram de Portugal para Minas Gerais no século XVIII.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Museu do Escravo em Belo Vale

Fonte   Roberto Rocha/Encontro

Uma das várias curiosidades no município de Belo Vale é o Museu do Escravo, o único totalmente dedicado à história da escravidão na América Latina, inaugurado em suas atuais dependências no dia 13 de maio de 1988, em comemoração ao centenário da abolição da escravatura no Brasil. 

O Museu do Escravo funcionou entre 1977 e 1988 nas dependências da Basílica do Senhor Bom Jesus em Congonhas, por obra do Padre José Luciano Jacques Penido que segundo informações orais obtidas junto à instituição, teria viajado  por várias regiões do Brasil para reunir a maior parte do acervo.

As mais de três mil peças em exposição estão dividas em seis salas na casa que lembra um pouco o cenário de uma casa-grande. No fundo do quintal há uma senzala com objetos e peças de vestuário usados no filme Quilombo (1984)  e na parte central um pelourinho.


Fonte

Fonte

Grande parte dos objetos estão relacionados à religiosidade, ao trabalho e principalmente à rigorosa disciplina aplicada aos escravos. Objetos de tortura dos mais variados e curiosos tamanhos e utilidade. Descrevo alguns na legenda das imagens.


belo vale
Camboio ou Libambo  -  instrumento exposto na parede -  era utilizado no transporte de escravos, presos pelo pescoço e conduzidos enfileirados.

belo vale
Máscara de Flandres -  servia para evitar a gula, o alcoolismo e a ingestão de pedras preciosas.

belo vale
Tamanco de Suplicio -  utilizado para castigar escravo guloso, que comia o que não era permitido e então passava o dia de folga dando voltas ao redor da casa grande calçado com esses tamancos de madeira de lei.

belo vale
Gargalheira - coleira de ferro que servia para dificultar fugas, por causa das astes que se agarravam nas árvores.

belo vale
Tronco Coletivo - Castigava até cinco escravos de uma vez,  presos pelo pescoço, tornozelos ou punhos.

 Para quem achou interessante essas informações  e o vídeo da postagem anterior que relata sobre a comunidade Noiva do Cordeiro, sugiro que visitem uma outra curiosidade de Belo Vale que postei aqui há alguns anos Quilombo da Chacrinha

terça-feira, 7 de março de 2017

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A Rua da Quitanda

A imagem abaixo é da rua da Quitanda em Diamantina e, segundo registros do autor de sua postagem original, é o primeiro cartão postal colorido da cidade.

Fotos antigas
                                                                             Fonte

Quitanda é uma palavra de origem "quimbundo" (dialeto angolano) e significa venda ou feira. No Brasil foi muito utilizada para identificar os pequenos estabelecimentos comerciais especializados na venda de alimentos e bebidas para o consumo imediato, como frutas, verduras, ovos, bolos, biscoitos caseiros, doces, pães, bebidas. Hoje anda meio em desuso...

Na linguagem popular, não só entre os mineiros, o termo quitanda refere-se também aos doces, bolos e biscoitos feitos em casa. Uma explicação para esse uso está na história. No século XVIII, era muito comum o comércio ambulante de comestíveis realizado pelas ditas "quitandeiras" que eram escravas, forras ou mulheres livres que circulavam com seus tabuleiros pelo entorno dos garimpos de ouro e diamante para vender seus quitutes ou quitandas.

Em 1743, o governo português por intermédio de seus representantes na colonia, entendeu que esse tipo de comércio era prejudicial à mineração, pois essas mulheres vendiam também aguardente e favores sexuais aos trabalhadores das minas, diminuindo o tempo e o esforço gasto na exploração das riquezas.

As autoridades proibiram a circulação das quitandeiras pelas lavras e ruas do distrito diamantino e, como solução delimitaram o comércio de quitandas ao espaço da rua que ficou conhecida então como, rua da Quitanda.

Diamantina

Atualmente a rua é parte do espaço histórico do centro da cidade de Diamantina, com seus imponentes casarões que emprestam suas janelas como palco para os músicos que varias vezes ao ano contemplam o publico com a belíssima Vesperata.

Rua da Quitanda

Com seus bares e lojas de souvenir, o espaço é um dos preferidos pelos turistas e moradores da cidade que aproveitam para conversar e ouvir musica sentados numa das varias mesas e cadeiras espalhadas pelos calçamento de paralelepípedo. Um charme só!

Beco do Mota

Destaca-se no final da rua, que termina num belo largo, o Café "A Baiúca", o ponto preferido da maioria que já conhece a cidade.
rua da quitanda

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Mercado do Tropeiros





A partir do descobrimento do ouro o estado de  Minas Gerais foi povoado de forma  rápida e desordenada. Mesmo com toda a riqueza que o ouro pelo menos simbolicamente proporcionava, viver nessas terras distantes do litoral  e sem estradas abertas que ligassem a região aos centros de abastecimento de bens de consumo, sobretudo alimentos, não era fácil.

Em meio ás dificuldades de sobrevivencia muitos foram encontrados mortos com os bolsos cheios de ouro e nem uma espiga de milho no estomago. Surge a figura dos tropeiros. Homens que enfrentavam os obstáculos da topografia montanhosa para trazer mantimentos e toda a sorte de produtos possíveis para abastecer os mineradores.

No século XIX, a fim de organizar melhor o comércio dos tropeiros na cidade de Diamantina, foi construído um mercado , hoje chamado de mercado municipal, mas que na linguagem popular não deixou de ser o mercado dos tropeiros. Lugar onde se fazia o comércio e os tropeiros e suas tropas descansavam e reabasteciam para a viagem de volta.

Atualmente, aos sábados lá é realizado um comércio de produtos da agricultura familiar da região, de artesanato e comidas típicas. Ás sextas o espaço é ocupado por seresteiros e casais que gostam de dançar uma boa música tradicional, tudo regado a comidas tipicas e bebidas.

O prédio é amplo e bem preservado. Do lado externo há uma grande praça com calçamento de paralelepípedo e alguns postes de madeira onde os tropeiros antigos amarravam seus cavalos. 

Afinal, quem nunca visitou ou pelo menos ouviu falar em mercado ou mercados? São tantos e de utilidade variada dependendo da época e lugar. Em comum, a reunião de pessoas em torno daquilo que as deixam felizes. Seja um artesanato, uma comida, um bate papo ...

Os mercados são excelentes centros de preservação da memória das cidades!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Diamantina das minas de diamante

Olá!!!

A partir de hoje farei uma série de postagens, sobre uma cidade mineira bem interessante e que possui um patrimônio histórico, cultural, artístico e natural pouco divulgado e conhecido por muitos brasileiros e estrangeiros. Diamantina!!!


Vista geral da cidade a partir do Morro do Cruzeiro

 Há quem entenda e resuma a história da mineiração em Minas Gerais como sendo apenas o legado que pode ser visto em Ouro Preto mas, aqui temos muito mais ... e algumas são co-irmãs!
Diamantina é um município mineiro cujas origens remontam ao século XVIII e estão ligadas à exploração do ouro, encontrado nas margens do Ribeirão Grande por Jerônimo Gouveia entre 1722 e 1730, o que naturalmente provocou uma grande corrida de garimpeiros para a região e com eles  foram surgindo arraiais ao longo dos cursos d'água de onde retiravam o mineral.


 Dos pequenos povoados um crescimento notório se deu no Arraial do Tejuco, devido a descoberta de diamantes no local anunciada apenas em 1729, embora há mais de uma década a exploração tenha sido mantida em sigilo ... truque muito utilizado para burlar o fisco portugês na época.

A partir daí, a migração interna para a região das minas de diamantes passou a ser controlada pela coroa portuguesa com mãos de ferro. entendam que até então, não havia informação sobre a existência dessa pedra tão valiosa no Brasil.

O nome Diamantina, que é uma referência à abundancia do mineral extraído no lugar, foi usado oficialmente em 1831 quando o Arraial do Tejuco foi elevado a categoria de vila, Vila de Diamantina, se tornando cidade em 1838.

 Por estar distante a 285 km  de Belo Horizonte, com acesso restrito por várias décadas e geograficamente situada no que chamo de entrada para o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões de pouco interesse econômico para os governantes, ficou um pouco esquecida como rota de turismo , embora tenha sido reconhecida como  patrimônio histórico nacional em 1938.

Catedral da Sé e casario do século XVIII-XIX

Entendo que somente após ter o obtido o título de patrimônio da humanidade, em 1999, passou a ser mais visitada do ponto vista turístico, embora a distância da Capital, mesmo com a atual infraestrutura para o transporte aéreo e rodoviário, ainda seja um detalhe que prejudica sua inclusão nos roteiros dos turistas estrangeiros e dos estados mais distantes. Restando aos turistas mineiros o primeiro lugar no ranking de visitação aos seus monumentos e espaços públicos.

Porém ... o custo ainda é muito alto. Penso que a falta de uma generosa produção agrícola na região e de industrias de bens de consumo contribuam muito para elevar o custo das diárias dos hotéis e das refeições em seus raros restaurantes. Resumindo: é um passeio caro! Principalmente nas épocas de Carnaval, Semana Santa e nos finais de semana quando há Vesperta.


Serra dos Cristais a partir de uma janela da Casa da Glória

Percebo a cidade sendo lembrada na memória popular por três fatos ocorridos em épocas diferentes: do século XVIII há romance inusitado da ex-escrava Chica da Silva com o rico e poderoso português João Fernandes de Oliveira, que veio ao Brasil para atuar no controle da exploração e comércio dos diamantes; do século XIX o diário de memórias da menina Alice Brant Dayrell que relata sobre o cotidiano da vida na cidade nos anos de 1890, sobre o qual já falei  Aqui e,  do século XX  por ser terra natal do presidente Juscelino Kubstichek, aquele a quem muitos apontam como modernizador do Brasil nos anos 50, mas que na sua terrinha gostava  mesmo é de fazer serenata. Mas isso é conversa para outra postagem ...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Cristal de quartzo da região de Diamantina


Cristal de quartzo


Esse belo exemplar de cristal de quartzo em estado bruto, raro de se encontrar com essa configuração em bloco único  cheio de detalhes, faz parte do acervo em exposição na "sala de materiais coletados na região" do museu do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, instalado no prédio Casa da Glória na cidade de Diamantina.

Considerada pelos misticos como   pedra de limpeza energética, agente de cura e de amplificação de energia no universo, o cristal de quartzo é um dos minerais mais abundantes na natureza e o Brasil atualmente possui em torno de 90% das reservas mundiais.

A história de Minas Gerais se confunde com o desbravamento dos minerais do país. O estado possui a segunda maior quantidade de jazidas dessa pedra, muito importante para as indústrias da informática e eletro-eletrônica. 

Apesar de abundante, o  valor comercial do quartzo é muito baixo, deixando mais buracos do que dinheiro nos municípios onde é explorado.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Limpador de barro da sola de sapato na igreja matriz de Santo Antonio em Santa Bárbara -MG

matriz da cidade de santa bárbara
limpador de sola de sapato - porta de entrada da igreja matriz  em Santa Bárbara -MG

Aos olhos distraídos dos visitantes, quase sempre inclinados a observar a beleza arquitetônica exterior da igreja, passa despercebido, embora exista e mesmo sendo pouco utilizado em nosso mundo contemporâneo, ele está lá. e "vivinho da silva"...

Falo do limpador de barro da sola de sapato e ... de outras coisinhas que por ventura tornarem o calçado sujo a ponto de estar impróprio para com ele se adentrar no interior da igreja.

Santa Bárbara é uma cidade bem antiga e como tantas outras que surgiram no século XVIII, teve o calçamento inicial somente nas ruas centrais e mesmo assim em fins do século XIX e início do século XX. Isso significa que as pessoas transitavam a maior parte do tempo por ruas de terra e quando essas não estavam empoeiradas, certamente estavam cobertas por lama, daí a utilidade do limpador.

Imagine que a maioria da população naquele tempo era católica e frequentava as cerimonias religiosas mesmo em épocas de chuvas. Chegando na igreja haviam de encontrar um jeito de limpar os calçados. Normalmente raspavam o barro e depois lavavam o calçado numa bica ou chafariz próximo.

Essa regra era geral, porém poucas limpadores originais como esse ainda podem ser encontrados. Eles eram usados também nas entradas das casas e prédios públicos.

Não consegui saber há quanto tempo ele está ali, mas pelos traços artesanais, acredito que deve ser secular. E muito charmoso!

Já falei de Santa Bárbara em outra postagem que você poderá ler clicando AQUI .

E ai, você conhece algum limpador de sola de sapato? Conta pra mim.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

RPPN - Santuário do Caraça - Parte I

Ao fundo a Serra do Caraça, que pelo traçado lembrar um rosto humano, deu nome ao lugar.


A RPPNSC (Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra do Caraça)  tornou-se uma área de preservação federal em 1994 com o apoio da congregação religiosa "Província Brasileira da Congregação da Missão" proprietária e mantenedora das terras, nas quais reservou em torno de 90% dos 12 403 hectares para preservação ambiental, onde é  permitido apenas pesquisas cientificas e visitações turísticas sob regirosa legislação e fiscalização no local.

A reserva é parte do complexo da Serra do Espinhaço, contém fragmentos de Mata Atlântica e é um dos divisores de água da bacia do Rio Doce. 


Trilha em direção da mata de galeria onde se encontra a cascatinha e um mirante.
Em 1770, o Irmão Lourenço de Nossa Senhora, reza a lenda que tenha sido um nobre português, Carlos Mendonça Távora, chegou ao local e ergueu uma capela de madeira e posteriormente uma ermida barroca em homenagem a Nossa Senhora Mãe dos Homens.

Com o tempo uma majestosa igreja em estilo neogotico foi erguida por seus sucessores e o local se tornou um centro de peregrinações, retiros e  no século XIX passou a abrigar também um colégio interno para meninos, tendo ali funcionado até 1968 quando foi incendiado. 


Ruína do prédio do colégio incendiado em 1968, reformada e trasformada em museu.

Ao terreno original, adquirido pelo Irmão Lourenço mediante pagamento por uma carta de sesmaria, foram incorporados por compra  a fazenda da Chácara em 1823 e a fazenda do engenho em 1858, além da fazenda Capivari doada em 1870 por  Manoel Pedro Cotta.

A vegetação da RPPNSC é constituída basicamente de campos de cerrado e Mata Atlântica. Estudiosos como Saint-Hillarie e Von Martius, descreveram muito do que puderam observar na região quando estavam em expedição científica no Brasil nas décadas iniciais do seculo XIX. Estudos mais recentes nos legaram uma boa quantidade de informações sobre as formações vegetais compreendem em torno de mil espécies, estando oitenta delas caindo em extinção.


Campos de cerrado

Os recursos hídricos na reserva são abundantes, constando maior 
peso na dispersão das águas para o ribeirão do Caraça e o corrego Capivari, seguidos pelos córregos da cascatinha e da cascata que mantém as duas cachoeiras de destaque para o lazer dos turistas: a cascatinha e a cascatona!


Cascatinha


Corrégo da Cascatinha

Sobre a fauna podemos destacar a presença do lobo guará, que virou  uma atração noturna para os visitantes que ali se hospedam. Em determinada hora e local, o lobo, que não é mal ... vem buscar sua refeição cuidadosamente oferecida por um dos padres que ali residem. 

créditos

Além do peludo, há uma enorme variedade de aves e outros animais típicos do cerrado mineiro, como tamanduá, tatu ... e dentre outros, algumas serpentes que são objeto de recomendação para uma atenção redobrada aos que adentram nas trilhas e matas.

O clima é de montanha, com períodos de temperatura amena durante o dia e frio a noite. Como o lugar possui muitos aclives e declives, é recomendado ao visitante que queira se aventurar nas trilhas, um bom preparo físico!

E para finalizar, o santuário religioso e natural do Caraça faz parte do circuito mineiro da Estrada Real. 

Marco da Estrada Real
Espero que tenham gostado. Na próxima postagem vou falar sobre o patrimônio arquitetônico e cultural existente na Serra do Caraça. Aguardem!!!

sábado, 21 de janeiro de 2017

Museus, respeito ao patrimônio e acesso à história

casa de Chica da Silva
Foto tirada de uma das sacadas da casa que pertenceu a Chica da Silva (escrava que se tornou amante do contratador de diamantes a serviço da coroa portuguesa, João Fernandes de Oliveira, com quem teve treze filhos) e que hoje abriga um museu e espaço cultural. Em destaque a Serra dos Cristais e  a igreja de Nossa Senhora do Carmo. Note bem que, a torre dessa igreja foi colocada na parte de traseira, em contradição com as regras convencionais que determinam a introdução das torres na parte frontal. Segundo a lenda, foi um pedido de Chica, para que o barulho dos sinos não atrapalhassem o seu sono ...  

A imagem acima, postada nas redes sociais, com certeza despertara muitas curtidas e frases exclamativas por sua beleza. Mostra um belo casario colonial, uma igreja barroca e um espaço natural em forma de serra coberta por vegetação de cerrado. Para quem não identificou à primeira vista, trata-se de um fragmento da área urbana da cidade de Diamantina, na entrada para o Vale do Jequitinhonha, já a caminho para o norte de Minas .

No passado, a cidade que fora batizada pelos colonizadores portugueses com o nome de arraial do Tejuco, abrigou as mais valiosas minas de diamante das quais se tem notícia na história do Brasil. Algumas deram origem aos arraias e distritos do município que até hoje são visitados por aventureiros na cata da pedra reluzente. No livro Minha Vida de Menina, a autora relata sobre o hábito dos moradores  no final século XIX saírem  pelas ruas da cidade após uma forte chuva, na esperança de achar algum diamante trago pela enxurrada.

Cidades antigas como Diamantina são espaços da memória, museus a céu aberto e é visitando museus que se aprende sobre a história e a cultura. Entendo que toda cidade possui a sua história e mantém suas próprias bases culturais, dentro de um contexto maior que é o nacional. Porém, tenho sempre insistido aqui no blog em divulgar o que está à beira da extinção em Minas Gerais, que é o cenário construído nos séculos XVIII e XIX.

Segundo Cristina Ministerio* " (...) ainda tratamos mal a memória cultural do nosso país e os motivos tem suas raízes também na nossa cultura. Raras são as famílias que ensinam suas crianças a respeitara as coisas públicas; raras são as escolas que oferecem a seus alunos uma eficiente educação patrimonial. e as novas gerações seguem cometendo equívocos como: o que é público não é de ninguém, por isso não precisa ser cuidado, ou o que é antigo não serve para mais nada, por isso não precisa ser conservado."

Entender o patrimônio como um bem de interesse público e despertar  uma consciência clara do significado da  identidade cultural e da memória é uma obrigação de todos como cidadãos. Uma boa medida é o incentivo à visitação de museus, espaços públicos nas cidades, galerias de arte, participação em atividades artísticas e festejos tradicionais, dentre outras atividades.

E você, como percebe a necessidade ou não dessa interação? Você é do tipo que sente cheiro de mofo até quando se lembra dos seus professores de  História? Quero muito de saber a sua opinião.

* Editorial da revista AMAE educando, maio de 2009.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Furquim


cidades históricas de Minas Gerais


Furquim no século XVII foi um arraial de mineração do ouro nos arredores da Vila do Carmo, hoje cidade de Mariana, município do qual faz parte como distrito. Fica na região central de Minas Gerais, especificamente na área denominada de quadrilátero ferrífero ou zona metalúrgica.O nome do lugar é uma homenagem ao bandeirante paulista  Antônio Furquim da Luz, o descobridor das minas da região em 1704 e fundador do arraial do qual foi expulso pela rebeldia de forasteiros portugueses, ataques de índios, surto de doenças e fome.


É um vilarejo típico do interior. Não possui bons hotéis, restaurantes e outros confortos que o visitante mais exigente possa necessitar. O interessante de se conhecer no lugar é mesmo o estado quase pitoresco e pacato da vida que ali se pode levar.


conheça Minas Gerais


Para quem quiser fazer uma visita rápida de carro, a partir da cidade de Mariana são em torno de 28 km e partindo da capital mineira, Belo Horizonte, algo em torno de 150 km. Transporte público com horários marcados e reduzidos se consegue a partir de Mariana, mas não dá para garantir um bate e volta. Se necessitar de pouso somente encontrará duas pousadas muito simples. Normalmente nesses lugares os moradores abrem suas casas para a gente de fora que lhes parecer de confiança.

Na área central conservam-se ainda as características tipicas das povoações do século XVIII, com uma rua principal estreita e comprida, calçadas de  alvenaria em pedra  e casarões coloniais. O que se mistura à modernidade de ruas asfaltadas, tirando nesse caso, o ar bucólico e empoeirado.


Distrito de Mariana


Sobressai no conjunto a igreja matriz, de devoção ao Bom Jesus do Monte, erguida entre 1745 e início do século XIX. E uma capela dedicada a nossa Senhora do Carmo, também do século XVIII, sem a construção original completa devido a  um incêndio em  1999.


Matriz do Bom Jesus


Outros pontos interessantes do lugar são o prédio da antiga estação ferroviária datado de 1926, que funciona como centro  cultural.


Estação ferroviária


A usina hidrelétrica construída para gerar energia para a Alcan -Alumínio do Brasil,   casarões coloniais, os passos da via sacra e o cruzeiro patriarcal.



As atrações naturais são as águas dos ribeirões do Carmo e Gualaxo com suas cachoeiras. 



Há festas  tradicionais  realizadas como em todo vilarejo de origem católica aqui em Minas. 

O comércio de especiarias do local tem por base o artesanato de pedra-sabão, madeira e couro, doces em compota e cachaça.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Olaria


Quando  criança, lembro-me bem de uma olaria  em ruínas que existia de frente à casa de minha avó, no interior, numa rua empoeirada e com mais mato do que casas ao redor. Eu e meus primos brincávamos lá naquele prédio quase abandonado.

Olaria é o local onde se fabricam tijolos, telhas e manilhas de barro. Eram muito promissoras quando os tijolos de concreto ainda não existiam. Hoje, os pequenos tijolos de barro como esses da foto, são uma raridade...

Essa, eu fotografei numa estrada rural no município de Esmeraldas/MG. Fiz questão de parar  e registrar, pela sua raridade e o estilo rústico da construção!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Sou grata por tantas coisas que ...





Nesse inicio de ano me reporto para as curvas que venci na estrada da vida. Algumas tão acentuadas que muitas vezes pensei que iria parar num precipício. Contudo sobrevivi e guardo para sempre todos os aprendizados que consegui extrair. Sou grata pela força e coragem que recebi de Deus para  me manter firme.

Uma coisa que me deixou muito feliz nas últimas semanas foi ter voltado a blogar, mesmo que ainda devagar. Gosto de interagir pela blogosfera e divulgar as coisinhas daqui de Minas Gerais. Para quem não me conhece, sou uma aprendiz de blogueira que gosta de falar das coisas da terra onde sempre viveu.

Enfim, esse post meio atrasado, vem celebrar a minha participação nesse projeto maravilhoso proposto pela Elaine .


domingo, 8 de janeiro de 2017

Estrada Real

 Estrada Real - trecho Diamantina- pavimentação com pedras feito por escravos.

 Estrada Real - trecho Diamantina - nos trechos acidentados para evitar deslizamentos e facilitar o escoamento da água de chuva, contruiam  escadas reforçadas com pedras.

Os caminhos do ouro, atual  Estrada Real, foram abertos nos séculos XVII-XVIII para facilitar a circulação das riquezas minerais e mercadorias que transitavam entre Minas Gerais  e o litoral do Rio de Janeiro, de onde partiam para Portugal os navios carregados de ouro e por onde entravam todos os bens materiais importados pelos ricos mineradores. 

A grande movimentação na estrada fez nascer ao longo do seu percurso inúmeras vilas, povoados e cidades. Atualmente  162 municípios  em Minas Gerais, 8 no Rio de Janeiro e 7 em São Paulo que compoem o trajeto turístico que nasceu da união de três caminhos surgidos em momentos diferentes.

O Caminho Velho foi aberto pelos  bandeirantes que em busca de riquezas em Minas Gerais, partiam de São Paulo até atingir a Serra da Mantiqueira, hoje  é o trecho mais antigo e liga Paraty a Ouro Preto. 

O Caminho Novo, do Rio de Janeiro a Ouro Preto, foi construído a pedido da Coroa por volta de 1700, não só para encurtar a distância entre Minas e o litoral do Rio, mas principalmente para facilitar a fiscalização do trânsito de riquezas . 

A Rota dos Diamantes, de Ouro Preto a Diamantina, foi construída no século XVIII para atender às necessidades da Coroa de se ter um caminho que possibilitasse um rápido escoamento dos diamantes até a metrópole. É o trecho que mais conserva o aspecto original e as tradições do interior de Minas, já que o progresso pouco andou por lá nas últimas décadas.