quinta-feira, 30 de junho de 2011

Festival de História em Diamantina

Imagem de diamantina.mg.gov.br
Iniciativa inédita no Brasil, o Festival de História reunirá na bela e preservada paisagem cultural e natural da cidade, patrimônio mundial reconhecido pela UNESCO desde 1999, expoentes da literatura, do cinema e das artes com foco em temas históricos. Durante seis dias, de 07 a 12 de outubro de 2011, mesas-redondas e palestras com autores e jornalistas consagrados serão realizadas na Tenda dos Historiadores na Praça Doutor Prado, enquanto que o recém-inaugurado Teatro Santa Izabel abrigará as sessões de cinema, comentadas por diretores e atores convidados. No antigo mercado dos tropeiros, acontecerá o Proseando no Mercado, em que autores e historiadores convidados conversarão com o público sobre seus livros.
Segundo os organizadores e também editores da Revista de História da Biblioteca Nacional " o fHist tem como desafio maior ampliar o interesse da sociedade pela História, por meio da criação de espaços e da interação, em um mesmo momento, dos autores, editores, atores, produtores, diretores com o grande público.
Um festival das artes de fazer e de contar a História nas salas de aula, nos museus, nos livros, nas revistas, nas bibliotecas, no cinema, na televisão, no teatro, na música e na Internet."
E, além de estar divulgando aqui no blog, convido a todos os leitores e seguidores desse blog para participarem do festival. Eu? Claro!!! Não vou perder a oportunidade ...   

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os tapetes de Corpus christi em Sabará

Tapete da rua Dom Pedro II.

Estive em Sabará na solenidade de comemoração do dia de Corpus Christi, registrei um pouco do vi e faço essa postagem para compartilhar com todos que pelo tema se interessarem.

SIMBOLISMO, RELIGIOSIDADE E ARTE.

Assim posso definir o envolvimento que há muitas gerações une todos os anos a população sabarense na noite que antecede o dia de Corpus Christi. Crianças, adultos e idosos preparam à noite os maravilhosos tapetes por onde irá passar na manhã do dia seguinte a procissão com o Santíssimo Sacramento, que em Sabará, uma cidade do século XVIII, conserva ainda boa parte do simbolismo religioso trazido pelos portugueses, não dispensando elegância e beleza na decoração das ruas e das casas por onde passa o cortejo.

Detalhe do tapete na praça Tangará. 
Detalhe da rua Dom Pedro II. 
Tapete de fretente ao prédio da prefeitura.

O ritual completo é composto de uma missa na praça da igreja de N. S. do Rosário onde se reúnem devotos e curiosos em torno do evento. Após a missa, dá-se início à procissão que tem um longo itinerário até a  matriz de N. S. da Conceição, onde há uma benção final e o Santíssimo fica exposto para orações até o final do dia quando com uma outra missa encerram-se as celebrações.  Durante o percurso da procissão há três paradas para bençãos.

Benção final na igreja N S Conceição.

Local da 2ª benção no percurso.

Na procissão vão à frente e enfileirados todos os membros da irmandade do Santíssimo Sacramento   vestidos com uma capa vermelha, seguidos pelos ministros da Eucaristia com roupas brancas e alguns devotos ou membros de outras irmandades. Eles não podem pisar sobre o tapete.
No meio da procissão, antecedidos por duas meninas vestidas de anjo, seguem os padres com o Santíssimo, os guardiãs e a banda tocando durante todo o percurso músicas religiosas tradicionais. A partir desse ponto vem a multidão de fiéis que já tem permissão para pisar no tapete sobre o qual  o Santíssimo passou.

Início da procissão, vista da sacada do sobrado  Padre correia, foto do site do jornal Estado de Minas.
Essa foto tam bém do site do jornal EM, mostra o ponto no qual o povo já pode caminhar sobre o tapete.

É um ritual repetido e respeitado na cidade. Observei durante o percurso a dedicação dos moradores na ornamentação das casas. Janelas enfeitadas com colchas de renda de crochê, toalhas bordadas, flores,  palmas douradas e tudo que pudesse abrilhantar a frente da casa. As cores mais usadas foram o branco e o vermelho. Outro detalhe que me chamou a atenção foi o fato da casa ficar totalmente aberta, como se fosse um convite para a entrada do poder de Deus. Os mais velhos nas janelas com lágrimas nos olhos e os mais novos no passeio da casa esperando a hora de se juntarem à multidão.

Ornamentação na janela do sobrado Padre Correia.

Ornamentação com palmas douradas.

Local da 1ª benção.

É uma tradição católica, mas pelo valor cultural e oportunidade de expressão da arte popular, atrai com certeza observadores de outros segmentos religiosos. Afinal, não é todo dia e nem em qualquer lugar que se pode observar a beleza dos tapetes feitos por mãos humildes e com materiais  tão simples, mas que revelam metros de pura criatividade e beleza. Neste ano os sabarenses usaram serragem, saibro e pó xadrez de cores variadas. As figuras básicas foram flores, cálice, uvas, hóstias, cordeiros e traços geométricos.

Tapete da rua Comendador Viana.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A terra de Minas


Hoje resolvi falar de uma coisa muito simples, no sentido literal da palavra, a terra de Minas, o solo no qual pisamos diariamente embora muitas vezes encoberto pelo concreto, pelo asfalto ou variadas calçadas. Solo que deu nome ao estado pela sua peculiaridade e ao mesmo tempo variedade mineral.
O mais simples e abundante para a economia da região, o minério de ferro, destaca-se por sua coloração avermelhada que costuma deixar bem encardido os pés desnudos daqueles que habitam as áreas onde sua presença é marcante. Dele o Brasil é o 2º produtor mundial e em Minas Gerais são retirados 71% do total  explorado no país.


As fotos desta postagem são do solo da Serra do Curral, na zona sul de Belo Horizonte, no perímetro urbano, mas não é impossível encontrá-lo em pleno centro da cidade. Basta retirar o asfalto! E assim, vamos convivendo com o minério de ferro e outros minerais por aqui abundantes.  

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Morre Maria Stella Libânio, uma das guardiãs da memória da tradicional cozinha mineira


Foto do Portal o Tempo
Ontem Minas Gerais perdeu uma pessoa que não conheci pessoalmente, mas que me curvo à sua simpatia e aos vastos conhecimentos que acumulou ao longo de seus 94 anos de existência a cerca da culinária mineira.
Certa vez, assisti a um programa  de televisão no qual o apresentador entrevistou algumas guardiãs da memória da tradicional cozinha mineira e lá estava ela, em casa, muito simpática e pronta a falar de suas receitas e experiências na cozinha.
Dona de uma coleção de cadernos antigos de receitas, algumas anotadas no tempo do império por suas antepassadas avós e bisavós, afirmou conservar todos com muito carinho, mas também usá-los com frequência, apenas adaptando as medidas e ingredientes quando necessário. Lembro-me que fiquei encantada diante da TV. Como vocês já sabem, eu valorizo muito a preservação da memória da cultura
de um povo. É triste a notícia, mas por outro lado uma pessoa que viveu tanto e nos deixou bons frutos  em sua passagem pela vida, merece os nossos aplausos! Que Deus em sua infinita bondade dê paz e conforto à sua alma!
No link abaixo está a notícia veículada ontem no jornal de maior circulação no estado.  


Uma pequena biografia que encontrei no Wikipédia:

Maria Stella Libanio Christo (Belo Horizonte, 1918 - 19 de junho de 2011) foi uma  culinarista e escritora brasileira. Seu primeiro livro, Fogão de Lenha, despertou muito interesse, correspondido pela autora com vários outros, versando, em geral, sobre culinária e, particularmente, a cozinha mineira.
É mãe do escritor e religioso domiciano Frei Beto.
Seus livros publicados:
  • Fogão de lenha
  • Quentes e frios
  • Minas de fogo e fogão
  • Cozinha popular
Foto de Martins fontes editores 

terça-feira, 14 de junho de 2011

O profano e o sagrado de uma devoção

PARTE II

 

Como parte das tradições, dia de Santo Antonio, é também dia de diversão e descanso em diversas localidades onde graças ao santo fizeram-se um feriado, que independente da crença,  todos desfrutam de bom grado.
Afinal, o religioso e o profano caminham juntos neste nosso país envolto muito mais num misticismo de crenças do que numa rigidez religiosa em si.
Ao chegar num espaço festivo de devoção religiosa, muito perto da igreja, rezas, santos e procissões estão à disposição também uma enorme gama de variedades comercializadas para todos os gostos e necessidades. Se há barracas de velas, imagens e terços, ao lado sempre há quem possa oferecer a venda de ervas e raízes com os quais se fazem chás e garrafadas que na crendice popular ( ou sabedoria?) alivia todos os males, só não servindo mesmo para o mal maior.

Comércio de ervas e raízes. 
Se há os que percorrem trechos descalços ou de joelhos no chão, há também os que permanecem sentados se entregando aos vícios pecaminosos da bebida, da dança e da comilança. Primeiro se reza e depois passa o tempo nas barracas da feira, no parque, nos bares; ou primeiro comete-se o pecado de desfrutar o lado profano para depois rezar e pedir o perdão pelos pecados? Difícil resposta, e mais complicado ainda é achar quem nunca percorreu um dos dois caminhos ...
E o que é o pecado nessas horas? Dúvidas e comportamentos medievais, porque essas tradições festivas são reflexos do mundo medieval presentes no espaço contemporâneo. É assim que percebo o cotidiano daqueles que observo nesses espaços festivos e em Roça Grande não seria diferente. Uma gente humilde, de fervorosa fé, curiosa pelas novidades do extenso comércio ambulante que que se estende pela rua principal, caridosa com os pobres pedintes no pátio externo do santuário, que dá graças  acendendo velas e comprovam a bondade do santo deixando seus ex-votos no salão dos milagres.

Ex-voto pela graça de ter arrumado casamento.

Ex votos de causas variadas.
Muitos devotos se vestem com a túnica igual ao santo e no final do dia depositam na sala dos milagres.
Ex-votos pela cura de enfermidades.
Nesses 300 anos de devoção, a roça de alimentos que deu nome ao lugar já não é mais cultivada, o Rio das Velhas tornou-se poluído e já não é navegável, os morros vão cedendo lugar às habitações, os trilhos foram substituídos pelo asfalto. Muitos se foram, outros chegaram. Até a capelinha passou a dividir os fiéis com um enorme santuário de ares de moderno, mas a devoção e os descritores que em torno dela foram organizados permaneceram ... Se é para o bem da história e manutenção da cultura de um povo: Que viva Santo Antonio!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Santo Antonio de Roça Grande: 300 anos de história e devoção!

PARTE I
Vista do Rio das Velhas  em Roça Grande

Milhares de pessoas das diversas regiões de Minas Gerais chegam anualmente a Roça Grande, um bairro do município de Sabará às margens do Rio das Velhas e da rodovia MG-5 , para cumprir promessas e agradecer as graças recebidas pela intercessão de Santo Antonio.


Capela de Santo Antonio de Roça Grande.

A devoção ao Santo existe no local desde a chegada dos bandeirantes entre o fim do século XVII e início do século XVIII. Segundo estudiosos, o baiano Matias Cardoso de Albuquerque plantou uma roça para esperar a bandeira de Fernão Dias, o caçador de esmeraldas. Pratica muito comum naquele tempo em que a região era desabitada. Como alguns aventureiros fixaram-se no lugar para explorar o ouro recém descoberto nas proximidades, ali ergueram uma capela em louvor a Santo Antonio de Pádua, devoção herdada dos colonizadores portugueses. Com o tempo o arraial ficou conhecido como Arraial de Santo Antonio do Bom Retiro de Roça Grande ...
Mas foi no início do século XX que o fervor religioso em torno de Santo Antonio de Roça Grande se propagou. De acordo com a tradição oral, um lenhador encontrou uma imagem de Santo Antonio de Pádua sobre uma pedra no alto de um dos morros que circulam Roça Grande. Devido ao valor religioso, a arquidiocese ordenou que ela ficasse em altar no Santuário da cidade de Santa Luzia. Para o espanto de todos a imagem de lá desapareceu, sendo encontrada no dia seguinte em cima da pedra onde fora achada pelo lenhador. Isso teria acontecido sob a vigilância de guardas que disseram não terem visto a imagem ser levada do lugar.

Imagem de Santo Antonio achada pelo lenhador, exposta no interior da Capela.

Na disputa pela posse da imagem o povo de Santa Luzia veio a Roça Grande buscá-la e para a surpresa de todos, a ponte sobre o Rio das Velhas caiu, impedindo a transferencia do Santo.
O fato foi entendido como milagre e a imagem levada para a capela de Roça Grande onde permanece até hoje sob a pedra que os devotos acabaram também levando para lá.
A notícia do milagre se espalhou e até hoje o pequeno povoado recebe milhares de devotos, principalmente durante os dias que antecedem e no que se comemora   o dia de Santo Antonio.


Banner artesanal exposto no interior do Santuário.


CONTINUA  AMANHÃ...  leia também :

http://anabelanacasadavovo.blogspot.com/2011/06/festa-para-santo-antonio.html

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O prédio da Estação Central em BH


by ufmg


Na Praça Rui Barbosa, ou Praça da Estação, nome popular do local, ergueu-se o prédio da estação ferroviária de Belo Horizonte às margens do ribeirão Arrudas.
Em 1897, a Estação recebeu o comboio de inauguração da nova capital. O primeiro relógio público de Belo Horizonte foi instalado no alto da torre da Estação em 1904, mas somente em 1922, o prédio, em estilo neoclássico, estava finalmente concluído.
A Estação Central foi nos primeiros tempos da nova capital, uma importante referência urbana para as pessoas que vinham conhecer a nova cidade.
Atualmente o prédio funciona como museu, é um ponto turístico importante, serve de referência para a praça que leva o seu nome e que é palco de festividades populares durante todo o ano. Agora em junho por exemplo, é o espaço para as apresentações dos grupos de quadrilhas que disputam o concurso Forró de Belô.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Festa de Nossa Senhora do Rosário no Serro

Hoje, recebi  email da Assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal da Cidade do Serro/MG, relatando sobre uma das tradicionais festas religiosas do calendário católico aqui de Minas Gerais e, por seu valor e cultural e histórico acho válido divulgá-la aqui .


          De 1728 é o registro da criação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e a marca da primeira festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos na Vila do Príncipe, hoje cidade de Serro.
A festa surgiu como possibilidade para o homem negro escravizado expressar sua cultura e celebrar a devoção a Nossa Senhora do Rosário.
Diz uma lenda histórica que em certa época Nossa Senhora apareceu nas águas do mar. Imediatamente vieram os Caboclos que dançaram, cantaram, tocaram seus instrumentos, mas ela não foi com eles. Vieram os Marujos que também dançaram e cantaram, mas ela não os seguiu. Vieram então os negros, os catopês, que dançaram, cantaram, tocaram seus instrumentos e atiraram seus mantos nas águas. Ela veio até eles. Por isso, é considerada a protetora dos negros.
         A festa, de cunho religioso e folclórico é promovida anualmente pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e Associação dos Congados da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, no primeiro domingo do mês de julho, e as celebrações ficam a cargo da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, sob a coordenação espiritual dos sacerdotes, que contam com o apoio da comunidade na preparação de todo ato litúrgico.
Neste ano de 2.011, a novena terá início no dia 24 de junho, com a Santa Missa às 19h30, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, incluindo mastro, procissão e os grupos de danças do tradicional folclore serrano.
Um dos rituais mais expressivos da festa é a matina, às cinco horas da manhã do sábado, dia 02 de julho, que antecede a festa. Além da presença do Padre, fiéis, Irmãos do Rosário e devotos se reúnem na porta da Igreja do Rosário. Por três vezes, há o repique de sinos e toque da Caixa de Assobios. Neste instante, as portas da Igreja são abertas, as luzes se acendem e acontece a entrada solene dos fiéis. É o momento em que Nossa Senhora do Rosário oferece sua permissão à festa.
Com pífaros e caixas de couro, representando no som o gemido dos negros no cativeiro, a Caixa de Assobios percorre a cidade, para a visita às casas dos festeiros, acompanhada da Irmandade, os fiéis e o povo em geral.
Ao meio dia, tem o repique dos sinos da Igreja e fogos.
À noite do sábado, após a celebração da Santa Missa, os Irmãos do Rosário, dançantes e os fiéis, seguem até à casa do Mordomo, onde buscam a bandeira, que é levada ate à Igreja do Rosário. Após bênção, esta é erguida em meio a grande festa, com repique de sinos e o espocar de fogos de artifício.
No sétimo dia da novena, inicia-se também o tríduo da grande festa.
Na quinta-feira, a Cruz da Irmandade é conduzida pelo 1º Juiz, acompanhada dos demais festeiros, fiéis e dançantes, que se dirigem à Igreja do Rosário para a Missa, com a participação especial dos Marujos.
Na sexta-feira, a Cruz é conduzida pelo 2º Juiz, seguindo o mesmo ritual, com a participação especial dos Caboclos.
No sábado, quem conduz a Cruz é o rei, prosseguindo da mesma forma e participação especial dos Catopês.
         A festa é realizada com dois juízes, duas juízas, rei e rainha, que se encarregam de fazer cumprir o compromisso da Irmandade e a organização da mesma.
         No domingo, 03 de julho, grande data. Às 06 horas, fogos anunciam a saída do 1º juiz, acompanhado por Catopês e Caixa de Assobios, para a casa da 1ª juíza, que o espera em um trono com quatro mucamas. Eles permanecem ali onde são homenageados pelos Catopês que cantam a Ave-Maria. Dali vão aos demais juízes, rei e rainha, com repetição das cerimônias.
         O cortejo recebe Marujos e Caboclos ao longo do caminho que leva à Igreja.
Após danças e Missa festiva, o reinado segue para o almoço.
O 1º juiz recepciona os Caboclos; 2º juiz, os Marujos; o reinado e os Catopés almoçam com o rei.
À noite, o jantar é oferecido pela 1ª juíza, 2ª juíza e rainha, seguindo o mesmo ritual.
A alegria é total, com a confraternização dos festeiros em volta às fartas mesas de comidas típicas do Serro e variados doces.
Às 16 horas acontece a Missa dos Romeiros.
Às 17 horas, coroação de Nossa Senhora do Rosário e a lenda, representada pelos dançantes. Em seguida, a procissão conduzindo a milagrosa Imagem pelas ruas de nossa cidade, retornando à Igreja, para a bênção do Santíssimo Sacramento e posse dos novos festeiros.
E a festa prossegue até o dia seguinte, ou seja, na segunda-feira, 04 de julho, com a formação do segundo reinado. Ao meio dia, cetro e coroa são entregues aos festeiros do ano seguinte, o que, de certa forma, lhes dá o devido poder, o qual carregarão até a próxima festa.
À noite, após a Santa Missa, os dançantes se despedem, reverenciando a Virgem Maria.
O evento conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Serro e da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura.
Festa do Rosário é o povo rendendo graças, é magia das danças, é som dos instrumentos e brilho das cores.
A Festa do Rosário é para ser vivida em todos os seus detalhes, pois uma atitude de simples expectativa não nos levaria jamais ao sentido profundo de toda a beleza dos rituais próprios, o que é capaz de nos levar às lágrimas, devido à originalidade de expressões e grandeza de sentimentos.

Texto: Sônia Nunes Mesquita

sábado, 4 de junho de 2011

O que é a Estrada Real?



A Estrada Real foi criada pela Coroa portuguesa no século XVII com a intenção de fiscalizar a circulação das riquezas e mercadorias que transitavam entre Minas Gerais - ouro e diamante - e o litoral do Rio de Janeiro - capital da colônia por onde saíam os navios para Portugal.
A grande movimentação e importância da Estrada Real fizeram nascer ao longo dos seus 1.200 km, inúmeras vilas, povoados e cidades.
Atualmente a Estrada Real é formada por 177 municípios, sendo 162 em Minas Gerais, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo.
Nasceu da união de três caminhos surgidos em momentos diferentes:
1- O Caminho Velho, trecho mais antigo de todo o trajeto. liga Paraty a Ouro Preto, nasceu por volta do século XVII, fruto das andanças bandeirantes que em busca de riquezas em Minas Gerais, partiam de São Paulo até atingir a Serra da Mantiqueira.
2- O Caminho Novo, ligando o Rio de Janeiro a Ouro Preto. O trecho foi construído a pedido da Coroa por volta de 1700 para encurtar a distância entre Minas e o litoral do Rio e aumentar a fiscalização do trânsito de riquezas.
3- A Rota dos Diamantes, de Ouro Preto a Diamantina, construída no século XVIII para atender às necessidades da Coroa de se ter um caminho que possibilitasse um rápido escoamento dos diamantes até a metrópole.
A Rota dos Diamantes é o trecho que mais conserva o aspecto, o sabor e as tradições do interior de Minas, já que o progresso pouco andou por lá.

Leia mais em: brasilviagem


Trecho original da Estrada Real em Diamantina.

Aspecto do calçamento restaurado na Estrada Real em Diamantina.