Blogagem coletiva Sábado Azul. Em destaque uma das riquezas minerais de Minas Gerais, abundante no pequeno distrito de Marambaia, no nordeste do estado.
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pedra lapidada |
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gema |
A água-marinha é uma pedra do grupo mineral do berilo. Era considerada a pedra da sorte (talismã) de todas as pessoas que viviam do mar. Seu nome deriva do latim, significando água do mar, devido à semelhança de sua cor com esta. Suas cores vão desde um azul bem claro, azul esverdeado, azul celeste, até um azul escuro profundo. Normalmente, quanto mais azul e escura a pedra, mais valiosa esta será.
O Brasil é hoje o principal e mais importante país produtor de águas-marinhas, onde estas são encontradas principalmente em Minas Gerais .
Pessoas fãs de jóias grandes têm na água-marinha uma excelente opção : pedras grandes são relativamente comuns de serem encontradas. A maior de todas as águas-marinhas encontradas no Brasil, foi em Marambaia (Minas Gerais) no ano de 1920, e tinha 48,5 cm de comprimento, 42 cm de diâmetro e pesava nada mais nada menos do que 109 quilos!
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Martha Rocha |
O artigo "Saudades dos olhos da miss" publicado na Revista Globo Rural, edição 264, em outubro de 2007, relata: "Lembra de Martha Rocha? De seu sorriso? Do rosto? Dos olhos azuis de nossa eterna miss? Os mais novos, talvez não, mas os mais velhos... Martha provocou comoção nacional em 1954 ao perder o título de Miss Universo por duas polegadas a mais nos quadris. Em 1957, o garimpeiro Tibúrcio José do Santos fez um achado extraordinário ao cavucar a terra em Marambaia, distrito de Teófilo Otoni, considerada a “capital mundial das pedras preciosas”, situada a 450 quilômetros de Belo Horizonte. Ele topou com uma água-marinha de 35 quilos (175 mil quilates), azulada – um azul tendendo para o verde, da cor dos olhos da miss . Justamente uma água-marinha, gema da família dos berilos, tida como a pedra do amor e da felicidade, protetora das sereias – o historiador romano Plínio colocava-a dentro d’água, na praia, para checar sua pureza. Se “desaparecesse” na mão, confundindo-se com a água do mar, então era verdadeira. Batizada Martarrocha, é a mais famosa das gemas coradas brasileiras – gema corada é o nome que a indústria de jóias, bijuterias, folhados e artefatos de pedras dá às pedras preciosas em geral, especialmente as coloridas. Desde então, foram encontradas água-marinhas de maior tamanho mas nenhuma tão bonita (tão perfeita) quanto ela.
Passados tantos anos, Martha continua linda. Mora em Volta Redonda, RJ, e dedica parte do dia à pintura – dizem que seus azuis são incomparáveis. A água-marinha que levou seu nome foi vendida, revendida e mais tarde cortada em várias pedras menores. Para Tibúrcio, porém, a coisa ficou feia. Aos 83 anos, pobre, adoentado, passa o dia inteiro na cama, aos cuidados dos filhos – teve 12, quatro dos quais “particulares”, ou seja, nascidos fora do casamento oficial. Ele não lembra em nada o garimpeiro forte e sacudido dos tempos de glória. Na ocasião, apareceu em jornais e revistas de todo o país, dando entrevistas ou mostrando a pedra. Ficou famoso, mas não chegou a bamburrar. Metade do dinheiro obtido com a venda foi rateado entre os sócios Irineu de Oliveira e Lindolfo Capivara, fornecedor da quicaia – conjunto de ferramentas indispensáveis, tais como lebanca (espécie de alavanca), picareta, enxada, bateias, peneiras, cacumbu (um tipo de machado) e calumbés (gamelas cônicas, na quais o cascalho que vai ser lavado nas catas de ouro ou diamante é conduzido). Da outra metade, 20%, pelo menos, ficaram com o fazendeiro Antônio Galvão, dono da terra. Do que lhe coube ao final da partilha (cerca de 200 mil contos – um dinheirão, na época), Tibúrcio gastou quase tudo em terras, carro e farras. Hoje, restam-lhe somente um sítio improdutivo em Novo Oriente de Minas e 48 hectares em São Juliano, onde outros filhos tentam ganhar a vida com roça e gado." Leia mais em: