segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pompéu, ora-pro-nóbis.

Bom, se o centro histórico de Sabará reúne alguns monumentos... onde estão os outros que não foram demolidos pelo homem ou pelo tempo? Estão nos antigos arraiais ( hoje bairros ou distritos) submissos no século XVIII à Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabarabuçu.
Visitei o Pompéu, antigo Arraial de Santo Antônio da Mouraria do Pompéu, fundado pelo bandeirante paulista José de Pompeu, morto na Guerra dos Emboabas em 1708. Terras que passaram a pertencer ao padre Guilherme Pompéu de Almeida, proprietário de riquíssimas minas de ouro na região. É um lugar bem simples e pequeno. Há ruas mal asfaltadas que se misturam com calçamento de pedras e ruas de terra com bastante poeira vermelha da cor do minério que nos arredores se explora.
As casas são quase todas de telhados, baixas e a maioria nem muro tem. São cercadas por tela e tem portão de madeira. Uma coisa que me encanta nessas casas são os jardins com flores daquelas que não se compra mudas nas floriculturas, do tipo que se tem que pedir uma muda para os donos da casa. Não sei bem se são flores do tempo da vovó, flores da roça, flores de pobre... Entendo apenas que são raríssimas de se ver no meio urbano.
Outra coisa bacana são as hortas. Todos os quintais tem hortas com verduras bem viçosas e muitos pés de frutas, sobretudo jabuticabas.


Gosto muito da comida do restaurante Moinho D'água, por isso também estive lá. É bem caseiro, daqueles que você se serve no fogão a lenha com vasilhame  simples e se senta em torno de uma mesa coberta por toalha xadrez, num piso de cimento grosso ou se preferir no quintal de terra debaixo de uma jabuticabeira ( nesta época sem frutos).
Pompéu e seus restaurantes ficaram famosos pelo preparo do frango com ora-pro-nóbis. Logo que se chega no trevo que dá acesso ao bairro pela estrada que liga Sabará a Caeté avista-se com facilidade um enorme marco de cimento com os seguintes dizeres: " Benvindo a Pompéu terra do ora-pro-nóbis".
Todos os anos no mês de maio é realizado o festival gastronômico tendo a planta como rainha. 
No espaço de convivência do restaurante há um moinho por onde corre uma água muito clarinha. Seguindo o curso d'água se chega a um outro restaurante e alambique, passando por outros quintais... É uma água que corre forte e faz um barulho tão gostoso de se ouvir e difícil de se encontrar nos dias atuais. Olhando o entorno, muito verde e morros, alguns vestidos de uma mata que a mim parece intocada. Salve a natureza!




Se rica fosse, faria dali minha morada, caso alguém quisesse dispor de um pedacinho do lugar, o que acho muito pouco provável ...
Depois do frango com ora-pro-nóbis e outras delícias que não vou poder mostrar porque fiquei sem graça de fotografar o banquete exposto no fogão a lenha, fui dar uma volta no adro da única igrejinha do lugar, a capela de Santo Antônio do Pompéu que esteve em festa nesse final de semana.


Para fechar o passeio com chave de ouro, ao descer a ladeira direita, já quase me despedindo da capela, eis que surge uma senhorinha de lenço na cabeça, saia longa e uma blusa bem clarinha ... Escorando numa bengala ela parou, olhou, sorriu e acenou para mim. Pensei em fotografá-la e mais uma vez não tive coragem. Voltei para casa pensando que coincidências são possíveis...

9 comentários:

  1. Delícia de lugar é Pompéu e sem falar na culinária particular.
    Passo quase que diariamente para ir para Quer~encia, e se eu souber de uma cantinho a venda te digo.

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  2. Cantos e recantos de uma terra maravilhosa. A das maravilhas. Obrigado, Anabela, por nos mostrar um pouco do Pompéu.
    Abraços.
    Gilson.

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  3. Que post lindo!
    Esse lugar deve ser maravilhoso!
    Hortas e jardins cultivados pelos moradores... Senti-me inserida nesse lugar, onde tudo parece meio mágico.
    Abraços! Tudo de bom pra ti.

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  4. Quero conhecer! Amo ora-por-nóbis. Nossa se ti muita paz, bjs

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  5. Oi Anabela
    Frango com ora-pro-nóbis é uma delícia, já fiz aqui em casa.
    Lugarzinho simples, mas tem cara de ser muito gostoso e aconchegante.
    Beijo

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  6. Oi,Anabela!
    Voltei pra ver a continuação deste teu lindo e interessante passeio... E que maravilha deve também ter sido passear por estes antigos "arraiás" e suas redondezas!
    Gosto muito desses lugares simples e pitorescos, onde podemos ver a beleza autêntica e pura de tantas singelas casas, quintais,hortas e suas flores...Sempre uma alegria para a nossa alma!
    Não me lembro de ter provado "ora-pro-nóbis" não...E nem imaginava que existisse um festival gastronômico com este tema!(Rs...) Mas imagino que deve ser uma das delícias desta tão saborosa culinária mineira que eu adoro...Com certeza,um dia ainda experimento! (Rs...)
    Beijinhos doces pra ti,querida amiga!
    Teresa

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  7. Ei Anabela!
    Ah Pompeú, me lembra alegria, amigos desconhecidos, carnaval... o melhor de Minas!
    Nunca esquecerei essa cidade, pois foi lá que o escorpião pegou de jeito meu pescoço tbm! Mas não guardo traumas, só coisas boas!

    Amiga, fiz um blog novo pra mostrar meus artesanatos, vai lá conhece-ló e dá sua opnião?!
    o link é: senhorittaprendada.blogspot.com.br.

    To te esperando, heim!

    Beijos,

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  8. E este teu post me fez lembrar a aldeia onde nasci, com as suas hortinhas e os jardins com flores daquelas que se tinha de pedir uma muda à vizinha. Claro que agora já não é assim nessa minha aldeia; o progresso também lá chegou e muita coisa mudou. Um beijinho, Anabela e parabéns! Adorei!
    Emília

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  9. Hoje lendo suas postagens fico com agua na boca,pois adoro ora-pro-nobis, principalmente com costelinha de porco e muito angu,que minha mãe fazia divinamente.
    Meu abraço Ana, mais uma otima informação.

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